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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Quan<strong>do</strong> nos referimos ao <strong>do</strong>cumento pontifício, a Carta Encíclica (Quadro<br />

03), o Sumo Pontífice personifica o poder pleno de enunciar em nome da Instituição.<br />

Ele é a própria Igreja que fala. Há, por assim dizer, um poder fora da palavra que<br />

rege o argumento e nos faz conhecer a performática <strong>do</strong> discurso.<br />

Muito além da pura descrição <strong>do</strong>s enuncia<strong>do</strong>s, que no dizer de<br />

FOULCAULT (1997) nos remetem aos princípios de regularidade de uma mesma<br />

formação discursiva e nos possibilitam na construção enunciativa materializar os<br />

conteú<strong>do</strong>s, o discurso religioso preconiza uma continuidade através de um sujeito<br />

funda<strong>do</strong>r ideal.<br />

Partimos da premissa de que to<strong>do</strong> e qualquer discurso religioso tradicional<br />

tende ao discurso da verdade ou para a verdade, sen<strong>do</strong> esta revestida <strong>do</strong> caráter de<br />

permanência em contraposição à obsolescência crescente <strong>do</strong> discurso laico.<br />

A permanência <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> aparece como característica distintiva <strong>do</strong><br />

discurso religioso frente ao profano. Revela, por assim dizer, a temporalidade<br />

diferenciada <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> em relação à temporalidade profana.<br />

O contexto fragmentário, no dizer de BERMAN (1986), que o mun<strong>do</strong><br />

hodierno nos impõe revela o ruir das totalidades que tantas vezes a ciência e a<br />

religião tomaram como base de reflexão e ação.<br />

Todavia, a ausência de uma subjetividade funda<strong>do</strong>ra na análise<br />

foucaultiana, que permitiria avaliar no plano da descontinuidade a história, nos<br />

apresenta um problema insuperável para análise <strong>do</strong> discurso religioso. Muito embora<br />

seja possível fazê-la ela seria restritiva no que tange à interação processual que a<br />

historicidade da instituição Igreja Católica revela ser. É claro que o discurso religioso<br />

veicula saber institucional e que, portanto, exala poder.<br />

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