T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

CONCLUSÃO
A construção desta tese partiu da percepção das transformações da
hegemonia católica no Brasil pós-Concílio Vaticano II (1962-1965), através do
discurso oficial da Igreja e de suas formas de apropriação material e simbólica na
constituição de uma determinada territorialidade do sagrado.
Neste intuito, analisamos as dinâmicas do poder e as estratégias de
expansão e preservação da Igreja Católica Romana em quatro escalas de
representação que consolidam os limites da territorialidade católica. O primeiro
âmbito é representado pelo discurso através de documentos papais e textos
conclusivos do Concilio Vaticano II; o segundo refere-se ao discurso do CELAM nas
Conferências Episcopais de Medellín (1968), Puebla (1979) e Sto. Domingo (1992);
o terceiro refere-se ao discurso da CNBB, e por fim, a escala da Igreja local é
representada pela Arquidiocese de Curitiba.
Para tanto, realizamos uma reflexão teórica específica, partindo de
conceitos de base como o poder, as representações sociais e o sagrado, que por
sua vez consubstanciaram as categorias analíticas que regem esta interpretação da
história da Igreja Católica Romana. Sendo assim, delineamos o arcabouço teórico-
metodológico do trabalho na ancoragem da temporalidade do sagrado, da identidade
religiosa, do espaço de representação e da territorialidade do sagrado.
A Igreja Católica Romana circunscrita pelos limites estabelecidos pelo
discurso institucional realiza a manipulação da sua própria expressão concreta
através da ação dos atores sociais em sua representação de poder. O clero é a
equipe articulada que mediante o subsídio da virtude constitui um consenso
operacional da expressão religiosa da Igreja. A interação entre a hierarquia da Igreja
e os crentes se dá de forma tácita a partir de uma convenção, mantida não só no rito
como também no cotidiano.
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