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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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No que tange às relações, só as verificamos no contexto e em seus efeitos<br />

sobre aqueles que proferem o discurso.<br />

O contexto de relações é aquilo que podemos perceber, situar e<br />

determinar. A vista destas regras, analisamos a ação institucional, suas condições<br />

de funcionamento, e sua condição de inserção social e de seu espaço de<br />

representação, que por fim configura o feitio de suas territorialidades.<br />

A Conferência <strong>do</strong> Episcopa<strong>do</strong> latino-americano em Puebla de Los Angeles<br />

enfatiza mais especificamente um projeto de evangelização para a América Latina.<br />

Esta fronteira apresenta ações estratégicas que já se desenvolveram e cuja direção<br />

e fragmentação pós Medellín repercutiram constantemente nas relações de poder<br />

com a Igreja Universal.<br />

O caráter totaliza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> discurso de Puebla sobre a Igreja latino-americana<br />

resgata o poder mítico da Igreja na América Latina cuja representação constante na<br />

contemporaneidade de 1979 se transformou.<br />

"Desde o século XVI, a história da América Latina esteve ligada à presença e ação<br />

anima<strong>do</strong>ra da Igreja. Esta, desde então, não é estranha à vida de nossos povos, cuja<br />

sorte ela tem compartilha<strong>do</strong> e compartilha: de cujo futuro é também co-responsável. Essa<br />

problemática torna-se ainda mais grave se levarmos em conta que o continente latinoamericano<br />

é um continente cristão, e por ser um continente cristão tem uma<br />

responsabilidade muito particular dentro da Igreja Universal e dentro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>."<br />

(CONCLUSÕES DA III CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-<br />

AMERICANO, Puebla de los Angeles, México, 1979 p. 19-20)<br />

O resgate da presença da Igreja na América Latina <strong>do</strong> século XVI, presente<br />

no discurso religioso católico, busca uma legitimidade histórica da própria<br />

temporalidade eternizada da Igreja diante <strong>do</strong>s destinos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Muito embora o<br />

diagnóstico da realidade social permeie o discurso de Puebla ele se reveste de<br />

características míticas como se a instituição Igreja fosse isenta das vicissitudes de<br />

sua própria temporalidade.<br />

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