T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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1.4 - A ESPACIALIDADE DO SAGRADO<br />
Guardadas as devidas proporções, o qualitativo de sagra<strong>do</strong> na tipologia de<br />
determina<strong>do</strong>s espaços nos coloca diante de um questionamento importante, a saber:<br />
O espaço sagra<strong>do</strong> é uma categoria autônoma particular ou é parte de um<br />
sistema classifiçatório <strong>do</strong> exame espacial? E, como tal, é universal enquanto<br />
categoria analítica?<br />
O par antípoda particular e universal não é uma razão de escala, mas uma<br />
razão de natureza. Quan<strong>do</strong> discutimos o sagra<strong>do</strong>, apontamos a sua natureza<br />
singular e ao mesmo tempo plural. Singular na medida em que é específica e única<br />
em sua gênese, e plural e diversa em sua experiência.<br />
ELIADE (1995) refere-se ao espaço sagra<strong>do</strong> como poderoso e significativo,<br />
e sen<strong>do</strong>, como tal, estrutura<strong>do</strong> e consistente; em contrapartida, o espaço não-<br />
sagra<strong>do</strong> é amorfo e vazio. No que tange ao homem religioso, o espaço é pleno de<br />
rupturas qualitativas. Mais precisamente, é na experiência <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> que o homem<br />
descobre a realidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s e a ambigüidade de to<strong>do</strong> o resto.<br />
Para o autor, a experiência religiosa <strong>do</strong> espaço se apresenta como<br />
primordial e, deste mo<strong>do</strong>, é o marco referencial da própria origem <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
Quan<strong>do</strong> o sagra<strong>do</strong> se manifesta ele expressa o absoluto em meio à completa<br />
relatividade da extensão que o envolve.<br />
Na mesma discussão, a dualidade sagra<strong>do</strong> e profano perfaz o<br />
entendimento da realidade. Se não conseguimos afirmar o que é o sagra<strong>do</strong> em sua<br />
plenitude, podemos caracterizar o que não o representa. Quan<strong>do</strong> a reflexão parte da<br />
negação <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> passamos a reconhecer o não-sagra<strong>do</strong>.<br />
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