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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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CAPÍTULO 2 - AS FRONTEIRAS DA TERRITORIALIDADE CATÓLICA<br />

2.1 - O DISCURSO RELIGIOSO E O SAGRADO<br />

A ponte analítica buscada reporta a categorizar o discurso religioso como<br />

parte indissociável <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>, cerne que evidencia qualitativamente uma autonomia<br />

<strong>do</strong> campo religioso em relação ao plano secular <strong>do</strong> discurso.<br />

Na construção <strong>do</strong> discurso e na possibilidade de nomeação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a<br />

prática das ciências sociais descurou os chama<strong>do</strong>s atos de instituição, que segun<strong>do</strong><br />

a lembrança de BOURDIEU (1982) seriam objeto privilegia<strong>do</strong> das operações de<br />

nomeação e os ritos de instituição.<br />

Reconhecemos no discurso religioso a objetivação <strong>do</strong> símbolo no enlace<br />

<strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> com a realidade social, pois a eficácia simbólica da linguagem é o<br />

arcabouço que edifica o mun<strong>do</strong> na sua dimensão social.<br />

Esta conjunção entre a prática social da religião e o sagra<strong>do</strong> permeia<br />

sobremaneira o discurso religioso tradicional. Vale lembrar que a eficácia simbólica<br />

<strong>do</strong> discurso religioso reside muito mais na apreensão da institucionalidade<br />

consagrada <strong>do</strong>s atos de enunciação <strong>do</strong> que propriamente no conteú<strong>do</strong> que eles<br />

propõem.<br />

Por outro la<strong>do</strong> o capital simbólico da Igreja Católica Romana é<br />

reconheci<strong>do</strong>, mesmo no plano <strong>do</strong> interdiscurso 20 , afora os que estão liga<strong>do</strong>s a ela.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, a legitimidade e a autoridade <strong>do</strong> discurso são proporcionais a esté<br />

capital simbólico construí<strong>do</strong> e reconstruí<strong>do</strong> em diversos contextos históricos.<br />

20 Entendi<strong>do</strong> como relação de um discurso com outros discursos. No dizer de<br />

MAINGUENEAU (1997), no interdiscurso procura-se compreender a interação entre formações<br />

discursivas diferentes.<br />

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