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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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A Reforma <strong>do</strong> Catolicismo caracterizou-se como um movimento amplo no<br />

seio da Igreja, cuja direção foi estruturada a partir das decisões <strong>do</strong> concilio de Trento<br />

no século XVI. Como comenta VENARD (1990, p. 347), "... o concilio de Trento é um<br />

produto da reforma católica, mais <strong>do</strong> que seu cria<strong>do</strong>r; e muitas das realizações<br />

posteriores, que acabaram marcan<strong>do</strong> o catolicismo moderno, não foram tanto<br />

aplicações <strong>do</strong>s decretos conciliares quanto inovações criativas."<br />

Na realidade brasileira, o conflito entre a Igreja e o Esta<strong>do</strong> na segunda<br />

metade <strong>do</strong> século XIX remete ao reforço institucional da Igreja. Este processo toma<br />

por base o modelo de romanização de inspiração Tridentina e <strong>do</strong> Vaticano I.<br />

Podemos dizer que, na medida em que a instituição Igreja se afasta <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

aproxima-se cada vez mais da Sé Romana. O fortalecimento desses laços tem sua<br />

realização na paróquia territorial. A paróquia, que como estrutura revelava um<br />

crescente desgaste, vê-se revitalizada. Entretanto, há um traço característico<br />

importante: o fortalecimento da paróquia é a faceta aparente das novas relações de<br />

poder que se estabelecem, como, a institucionalização da religiosidade popular e<br />

das organizações religiosas leigas. Neste contexto, a paróquia é a base de<br />

sustentação desta nova territorialidade. A Reforma Católica e a Restauração<br />

Católica 32 consolidam já no início <strong>do</strong> século XX um ordenamento progressivo da<br />

hierarquia clerical e suas relações com o corpo de fiéis. A despeito das resistências<br />

por parte <strong>do</strong> clero tradicional, esta nova lógica se impõe. As Constituições das<br />

Províncias Meridionais de 1915, por exemplo, apresentam em boa parte <strong>do</strong>s seus<br />

artigos uma normatização exaustiva da vida <strong>do</strong> clero e o radicalizam no contexto<br />

paroquial. MARCHI (1998, p. 61) identifica neste processo de romanização <strong>do</strong><br />

catolicismo uma estratégia de desarticulação da liderança leiga da religião.<br />

32 Segun<strong>do</strong> DIEL, P. F. (1997, p. 147), " Uma característica que distingue os <strong>do</strong>is<br />

movimentos, da reforma e da restauração, é que o primeiro está mais volta<strong>do</strong> para o interior da Igreja<br />

e desenvolve uma visão negativa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Já no perío<strong>do</strong> da restauração, além <strong>do</strong> forte crescimento<br />

institucional, a Igreja vive um processo acelera<strong>do</strong> da massificação de sua ação pastoral."<br />

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