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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Consideramos na análise que o fato religioso sob o prisma de sua<br />

espacialidade enseja algumas questões teóricas importantes:<br />

(i) Quais são os limites teóricos entre o espaço sagra<strong>do</strong> e o<br />

espaço de representação?<br />

(ii) Como a categoria espaço de representação revela o fato<br />

religioso?<br />

No que tange à primeira questão, há necessidade de redimensionar o<br />

espaço de representação enquanto conceito. Desde já descuramos a classificação<br />

exposta por BETTANINI (1982) ao considerar que o espaço de representação<br />

próprio <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> dessacraliza<strong>do</strong> gera uma oposição consciente em relação ao<br />

espaço sagra<strong>do</strong>, muito embora eles sejam expressões de permanência cristalizadas<br />

nos objetos e monumentos, tanto que na sua análise ele admite que é taívez "o<br />

momento de aban<strong>do</strong>nar os monumentos <strong>do</strong> espaço de representação e de se<br />

aproximar <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> espaço cotidiano, transforman<strong>do</strong> em monumento." A<br />

compreensão <strong>do</strong> autor perpassa a fixação de um espaço de representação laico,<br />

que remonta o trabalho de MOSSE, e de um espaço sagra<strong>do</strong> (a partir de ELIADE),<br />

ambos cristaliza<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> rito e coisifica<strong>do</strong>s em objetos de culto.<br />

BETTANINI (1982) aponta para o vivi<strong>do</strong> como a dimensão própria <strong>do</strong> ser;<br />

se existe um tempo vivi<strong>do</strong>, por certo também existe um espaço vivi<strong>do</strong>, um espaço<br />

experiencia<strong>do</strong> que brota da dimensão <strong>do</strong> corpo em relação aos outros corpos. Ou<br />

seja, expressão da vida cotidiana, das formas cotidianas fluidas em contraponto com<br />

a rigidez <strong>do</strong> monumento, <strong>do</strong> edifício <strong>do</strong> templo, da ritualização da religião e da<br />

política.<br />

As experiências <strong>do</strong> cotidiano e <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> remetem à tese de MOSCOVICI<br />

(2001), que demonstra as representações como tu<strong>do</strong> aquilo que se propõe a tornar<br />

algo ou alguém não-familiar em algo ou alguém familiar. Esta é a tentativa de<br />

conceber um universo consensual em contrapartida a uma universo reifica<strong>do</strong>; o jogo<br />

de forças entre o opus proprium e opus alienum, que representa a divisão profunda<br />

<strong>do</strong> conhecimento da realidade. Classicamente era o que distinguía as esferas da<br />

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