T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

(¡i) O discurso católico institucional pós-Concílio Vaticano II assume
como estratégia de enfrentamento da pluralidade religiosa o
ecumenismo católico e o diálogo inter-religioso.
(iii) Configura-se a tese da unidade crista que evidencia a Igreja Católica
Romana como centro de convergência dos cristãos, e como tal
transforma-se em um discurso de restauração.
(iv) A atividade missionária e de evangelização corresponde ao resgate
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de um atributo constante no discurso da Igreja Católica. Todavia, a
práxis no contexto regional do Brasil representa um processo de
readequação da religiosidade popular em direção à representação
institucional da Igreja. Esta lógica, nas décadas de 1970 e 1980, no
Brasil, perpassa o engajamento social popular da Igreja estimulado
pelas Conferências Episcopais de Medellín e Puebla.
(v) A territorialidade católica no Brasil sofreu uma transformação nas
décadas de 1970 e 1980 e representou uma ruptura em relação ao
discurso de caráter mais eurocêntrico da Santa Sé. Foi constituída
uma nova representação social da Igreja sintetizada peta proposição
da "opção preferencial pelos pobres" das conferências do CELAM,
de Medellín e Puebla e pela emergência da teologia da libertação.
(vi) Na década de 1990, sob impacto da consolidação do avanço
neopentecostal, a postura da Igreja Católica caracteriza-se pela
manutenção de seu poder simbólico e pela intervenção no corpo dos
crentes, refletidas no discurso mais conservador de Sto. Domingo. A
iniciativa do movimento de renovação carismática, os cultos
espetaculares de mobilização das massas populares e a dinâmica
de introdução de novos santos na prática religiosa individual
constituem novos elementos do espaço de representação da Igreja
no Brasil.