T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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SOJA (1996) teoriza que até o momento se privilegiou o que ele<br />
denominou de uma Epistemología <strong>do</strong> primeiro espaço ou, no dizer lefebvreriano, a<br />
prática espacial, mais precisamente a materialidade <strong>do</strong> espaço empírico, as<br />
mediações locacionais possíveis ou mesmo as teorias de base marxiana. Já a<br />
epistemología <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> espaço ou representação <strong>do</strong> espaço caracteriza-se como<br />
sen<strong>do</strong> de cunho interpretativo, artístico, da estética arquitetônica, <strong>do</strong> simbolismo da<br />
visualização, <strong>do</strong> imaginário. Por fim, recai numa reconstrução poética a partir da<br />
semiótica <strong>do</strong> espaço.<br />
A epistemología <strong>do</strong> terceiro espaço, na proposta de SOJA (1996), seria<br />
uma desconstrução da dualidade primeiro espaço/ segun<strong>do</strong> espaço e uma<br />
reconstrução heurística <strong>do</strong>s mesmos, possibilitan<strong>do</strong> o salto qualitativo necessário.<br />
Este avanço se apresenta na articulação das dimensões histórica, social e espacial<br />
<strong>do</strong> cotidiano.<br />
Na abordagem lefebvreriana, seria o conceito de espaço de representação.<br />
LEFÉBVRE (1991) considera que o conceito de representação suplanta o<br />
de ideologia e se toma mais operacional na análise <strong>do</strong> espaço. É razoável assumir<br />
que a prática espacial, as representações <strong>do</strong> espaço e os espaços de representação<br />
são diferentes caminhos da produção <strong>do</strong> espaço de acor<strong>do</strong> com as qualidades e<br />
atributos de uma determinada sociedade em determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> histórico.<br />
Relações entre os três momentos, percebi<strong>do</strong>, concebi<strong>do</strong> e vivi<strong>do</strong>, não são<br />
estáveis e nem simples. Suas relações estabelecem conexões distintas e variáveis.<br />
Sen<strong>do</strong> assim, a história <strong>do</strong> espaço não se limita ao estu<strong>do</strong> de momentos<br />
específicos, como a formação, o estabelecimento, declínio e dissolução de<br />
determinada ordem; precisa também relacionar aspectos globais com aspectos<br />
particulares de sociedades e instituições. Mais além, a história <strong>do</strong> espaço possibilita<br />
uma periodização <strong>do</strong> processo produtivo muitas vezes não coincidente com as<br />
periodizações aceitas.<br />
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