T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

RESUMO
Este trabalho, sob o título "Igreja Católica Romana: Fronteiras do Discurso e
Territorialidade do Sagrado," foi construído a partir da observação de que a Igreja
mantém estratégias de expansão e preservação que configuram determinada
territorialidade do sagrado. Nossa análise toma como referência o Concilio Vaticano
II (1962-1965) e as repercussões no último quartel do século XX. Deste modo,
partimos da desconstrução do discurso oficial da Igreja Católica Romana em quatro
níveis escalares: a Sé Romana, O Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Igreja Local da Arquidiocese
de Curitiba. Relacionamos o plano discursivo com a interpretação simbólica da
prática espacial da Igreja galvanizada pelas relações de poder. Sob esta abordagem
teórica, redimensionamos a categoria analítica territorialidade do sagrado, que
representa a chave de interpretação da dinâmica da ação institucional da Igreja. A
dialética entre o plano discursivo e a prática espacial da Igreja justificam a. nossa
concepção de uma História do espaço e das representações. De acordo com os
procedimentos adotados, concluímos que duas fronteiras da territorialidade católica
se estabelecem: a ecumênica, representada pela busca da restauração da unidade
dos cristãos sob a égide da Igreja Católica Romana diante do impacto do pluralismo
religioso, e a fronteira missionária e de evangelização, que busca a expansão e
reestruturação da prática católica. Todas estas formas traduzem estratégias próprias
da territorialidade católica pós - Concilio Vaticano II e as reverberações tardias no
contexto do Brasil. O impacto do avanço neopentecostal das décadas de 1980 e
1990 e a crise da hegemonia católica ensejam novas territorialidades do sagrado no
Brasil.
Palavras-chave: História da Igreja Católica Romana; Discurso Religioso;
Territorialidade do Sagrado.