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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Em conseqüência desta nova trama, reconfigura-se o espaço de<br />

representação da Igreja Católica Romana no Brasil. Os sinais mais candentes desta<br />

transformação encontram-se na forma como os ditames <strong>do</strong> Concilio Vaticano II são<br />

assimila<strong>do</strong>s e adquirem nova semântica nos discursos <strong>do</strong> CELAM e da CNBB. A<br />

manutenção de um catolicismo de fachada de católicos não-praticantes é uma das<br />

facetas deste processo. Entretanto, mais além deste quadro está toda uma prática<br />

social destoante da disposição da virtude, uma das bases <strong>do</strong> poder simbólico da<br />

Igreja que coloca cada vez mais em questão a colagem <strong>do</strong> discurso institucional no<br />

cotidiano <strong>do</strong>s crentes.<br />

O redimensionamento <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> da condição de objeto de estu<strong>do</strong> para<br />

categoria de interpretação e avaliação marcou sensivelmente as formas de<br />

articulação analítica entre o contexto discursivo e o levantamento da realidade<br />

institucional da Igreja, principalmente à escala local.<br />

O tratamento das fontes relativas à Arquidiocese de Curitiba, com seu perfil<br />

tradicional, permitiu a objetivação de nossa análise em relação as formas de<br />

apropriação e prática <strong>do</strong>s discursos de outras instâncias de poder da Igreja Católica.<br />

As novas relações estabelecidas pouco a pouco galvanizam uma série de<br />

tensões endógenas e exógenas da Igreja, sen<strong>do</strong> a primeira no plano hierárquico e<br />

regional, e a segunda, com maior propriedade, no plano <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> pluralismo<br />

religioso. Estes aspectos constituem a base da territorialidade católica, pois denotam<br />

uma gama de relações de poder político e simbólico da instituição Igreja.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, o quadro analítico revelou as seguintes considerações finais:<br />

(i) O discurso hierárquico da Igreja, a partir <strong>do</strong> Concilio Vaticano II, foi<br />

sensivelmente redimensiona<strong>do</strong> sen<strong>do</strong> que seus impactos regionais<br />

tardios constituíram temporalidades diferenciadas. Verifica-se muitas<br />

vezes o descompasso entre o discurso da Sé Romana e o <strong>do</strong><br />

CELAM e da CNBB. Existe uma dialética entre o discurso <strong>do</strong><br />

ecumenismo e o reforço da primazia da Igreja como detentora da<br />

única verdade religiosa e da disposição da virtude.<br />

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