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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Sob este aspecto, BOURDIEU identifica uma ruptura entre o trabalho<br />

material e o trabalho simbólico no que tange à divisão <strong>do</strong> trabalho religioso; muito<br />

embora esta separação não signifique um esvaziamento deste capital simbólico,<br />

reconhece-se uma tendência de deterioração <strong>do</strong> capital simbólico tradicional.<br />

O capital religioso tenderia, assim, a oscilar entre o autoconsumo religioso,<br />

de um la<strong>do</strong>, e o monopólio da produção religiosa por especialistas, de outro (Quadro<br />

01).<br />

QUADRO 01 - CAPITAL RELIGIOSO<br />

Capital Religioso Competências Características<br />

Relações objetivas opostas com<br />

os bens religiosos<br />

Domínio Prático caracteriza<strong>do</strong> por um esquema de<br />

pensamento e ação adquiri<strong>do</strong>s por<br />

simples familiarização, comum a<br />

to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> grupo e pratica<strong>do</strong>s de<br />

mo<strong>do</strong> pré-reflexivo.<br />

Domínio Erudito caracteriza<strong>do</strong> por um corpus de<br />

normas e conhecimentos explícitos,<br />

sistematiza<strong>do</strong> por especialistas<br />

liga<strong>do</strong>s a uma instituição social<br />

reprodutora de capital religioso<br />

Sistemas Simbólicos Sistemas mítico-rituais caracteriza<strong>do</strong> pela coerência mítica<br />

Ideologias religiosas (teogonias,<br />

cosmogonías, teologías)<br />

e senti<strong>do</strong> ritual <strong>do</strong>s sistemas<br />

simbólicos.<br />

caracterizada por uma<br />

reelaboração erudita no intuito de<br />

adequação à funções internas <strong>do</strong>s<br />

agentes religiosos e extemas a<br />

nível <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e conflitos sociais<br />

FONTE: ADAPTADO DE BOURDIEU (1998, P. 40) APUD_<strong>GIL</strong> FJLHO (1999)<br />

Diferencial mente de ELIADE, BOURDIEU enfatiza que a oposição entre o<br />

sagra<strong>do</strong> e o profano está muito mais relacionada com a posição <strong>do</strong>s agentes no que<br />

tange à gestão <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>. De um la<strong>do</strong>, temos o corpo sacer<strong>do</strong>tal detentor <strong>do</strong> saber<br />

religioso e, de outro, os leigos como sen<strong>do</strong> profanos no senti<strong>do</strong> de não-<br />

conhece<strong>do</strong>res <strong>do</strong> saber religioso e, portanto, estranhos ao sagra<strong>do</strong> e aos agentes<br />

autoriza<strong>do</strong>s gestores <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>.<br />

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