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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Na análise de OTTO (1992), o sagra<strong>do</strong> é uma categoria de interpretação e<br />

avaliação a priori, e, como tal, somente podemos remetê-la ao contexto religioso. A<br />

teoria <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> ottoniana nos permite resguardar um atributo essencial para o<br />

fenômeno religioso ao mesmo tempo em que o torna operacional. Nesta abordagem,<br />

o sagra<strong>do</strong> reserva aspectos ditos racionais, ou seja, passíveis de uma apreensão<br />

conceituai através de seus predica<strong>do</strong>s, e aspectos não racionais, que escapam à<br />

primeira apreensão, sen<strong>do</strong> exclusivamente capta<strong>do</strong>s enquanto sentimento religioso.<br />

O não-racional é o que foge ao pensamento conceituai, por ser de característica<br />

explicitamente sintética, e só é assimila<strong>do</strong> enquanto atributo. Neste patamar reflexivo<br />

está o âmago da oposição entre o racionalismo e a religião.<br />

A característica própria <strong>do</strong> pensamento tradicional diante <strong>do</strong> fenômeno<br />

religioso é de reconhecer aquilo que, por um momento, não obedece às leis da<br />

natureza. Esta intervenção no andamento natural das coisas, feita pelo<br />

Transcendente, que é o autor destas leis, apresenta-se como uma tese apriorística,<br />

ou seja, resta saber se a própria orto<strong>do</strong>xia não foi responsável por velar o elemento<br />

não-racional da religião ao enfatizar em demasia o estu<strong>do</strong> de aspectos <strong>do</strong>utrinários e<br />

rituais e menosprezar os aspectos mais espirituais e essenciais da experiência<br />

religiosa. Otto concorda com esta assertiva. O contexto cultural religioso <strong>do</strong> seu<br />

trabalho justifica esta premissa. - - -'"<br />

Com o desenvolvimento da Teologia moderna, a orto<strong>do</strong>xia reforça uma<br />

idéia racional da Divindade e aponta para estu<strong>do</strong>s da experiência religiosa enquanto<br />

representação humana. Quan<strong>do</strong> a orto<strong>do</strong>xia assume este caráter, pouco a pouco,<br />

reduz a religião em seu aspecto racional.<br />

Para OTTO (1992, p. 12) "...a religião não se esgota nos seus enuncia<strong>do</strong>s<br />

racionais e em esclarecer a relação entre os seus elementos, de tal mo<strong>do</strong> que<br />

claramente ganha consciência de si própria.". Esta motivação nos envolve<br />

especialmente com a categoria <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>, o que garante de forma peculiar uma<br />

análise abrangente <strong>do</strong> fenômeno religioso.<br />

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