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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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suas promessas de transcendência são agora contesta<strong>do</strong> pelo discurso redutor <strong>do</strong><br />

especialista. Ele baseia a sua autoridade na postura <strong>do</strong> que diz e não no conteú<strong>do</strong><br />

de seu discurso.<br />

A modificação de uma semântica teológica para uma semântica racional<br />

nos coloca diante da ruptura entre a análise da religião no senti<strong>do</strong> amplo e a de sua<br />

práxis cotidiana. Sen<strong>do</strong> assim o visível submete o invisível corresponden<strong>do</strong> a<br />

articulação <strong>do</strong> discurso <strong>do</strong> especialista com seu objeto referencial.<br />

Esta conjuntura referencia a opção da confecção de uma rede rigorosa de<br />

formulação teórico-conceitual que nos capacita ao diálogo com a religião em suas<br />

estruturas de poder, tanto materiais como ideais.<br />

1.2 - TEMPORALIDADE DO SAGRADO<br />

HALBWACHS (1992) considera que o objetivo da religião é preservar<br />

imutável a lembrança de um momento ontológico original no curso <strong>do</strong> tempo, sem<br />

admitir subseqüentes memórias. Somente podemos esperar o <strong>do</strong>gma, o rito que<br />

assume cada vez mais formas de preservação. Estas formas possuem um caráter<br />

de memória religiosa cristalizada num papel de defesa das influências externas aos<br />

grupos religiosos.<br />

Na medida em que a memória religiosa se distancia <strong>do</strong>s eventos<br />

funda<strong>do</strong>res realiza a tendência de rejeitar outras memórias. Na constatação da<br />

dificuldade de relacionar a memória ancestral aos eventos hodiernos encontramos a<br />

ruptura presente no pensamento religioso tradicional. Há a construção de esquemas<br />

rituais, reflexões teológicas que visam ataviar a realidade atual aos fragmentos <strong>do</strong>s<br />

eventos sagra<strong>do</strong>s e suas práticas rituais originais.<br />

Em muitas situações, temporalidades superpostas respondem pela<br />

edificação conflitante da prática religiosa tradicional e <strong>do</strong> processo sectário na<br />

apropriação de um discurso original.<br />

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