jaqueline fátima roman fundamentos de legitimidade do ... - Unioeste
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“conclui-se que quanto mais o esta<strong>do</strong> aumenta, mais diminui a liberda<strong>de</strong>” (ROUSSEAU,<br />
1983, p. 76).<br />
Os Esta<strong>do</strong>s pequenos possuem menos problemas para serem administra<strong>do</strong>s, porque<br />
as fronteiras são menores, o que facilita a <strong>de</strong>fesa, tornan<strong>do</strong>-a menos onerosa. Devi<strong>do</strong> a<br />
pequena extensão, o governo tem mais força e presteza e consegue fazer com que as leis<br />
sejam observadas. O Esta<strong>do</strong> apto a receber a legislação que será fundamentada na vonta<strong>de</strong><br />
geral não <strong>de</strong>ve ser extenso a ponto <strong>de</strong> tornar a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seu território difícil, no entanto não<br />
po<strong>de</strong> ser limita<strong>do</strong> <strong>de</strong>mais a ponto <strong>de</strong> não ser suficiente para abrigar e manter sua população,<br />
fazen<strong>do</strong> com que ela necessite <strong>de</strong> outros Esta<strong>do</strong>s.<br />
É notável a preferência por Esta<strong>do</strong>s menores, em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong>s maiores, no<br />
entanto quan<strong>do</strong> menciona a limitação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, ele não sugere uma extensão exata <strong>de</strong><br />
quilômetros quadros que seria i<strong>de</strong>al para comportar a legislação oriunda da vonta<strong>de</strong> geral. O<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser pequeno, mas não pequeno <strong>de</strong>mais. Um Esta<strong>do</strong> é pequeno <strong>de</strong>mais quan<strong>do</strong><br />
suas terras não fornecem comida suficiente aos seus mora<strong>do</strong>res, e estes não conseguem<br />
sobreviver sem a ajuda <strong>do</strong>s outros Esta<strong>do</strong>s. Nota-se, portanto, que não se trata apenas <strong>de</strong> uma<br />
questão <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terra, mas também <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica, ou seja, <strong>de</strong>ve haver<br />
uma relação equilibrada entre geografia e <strong>de</strong>mografia para que o Esta<strong>do</strong> seja capaz <strong>de</strong> abarcar<br />
a legislação oriunda da vonta<strong>de</strong> geral. A localização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, seu clima, a fertilida<strong>de</strong> e a<br />
produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, a proximida<strong>de</strong> com o mar, o número <strong>de</strong> habitantes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, tu<strong>do</strong><br />
influenciará. Deve existir harmonia entre a capacida<strong>de</strong> produtiva <strong>do</strong> solo, e o consumo <strong>do</strong>s<br />
alimentos produzi<strong>do</strong>s pelos habitantes, e os índices <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong>. Assim, por exemplo, se o<br />
solo não for capaz <strong>de</strong> produzir, <strong>de</strong>ve estar em proximida<strong>de</strong> com o mar, que po<strong>de</strong>rá suprimir<br />
essa falta <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo. Os índices <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser proporcionais para<br />
que não faltem habitantes no Esta<strong>do</strong> para sua conservação e também para que não exceda a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> abrigá-los e mantê-los. Portanto, o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser bem conforma<strong>do</strong>,<br />
é o que afirma Rousseau:<br />
Assim como a natureza <strong>de</strong>u limite à estatura <strong>de</strong> um homem bem conforma<strong>do</strong>, além<br />
<strong>do</strong>s quais produz gigantes ou anões, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> existem, relativamente a<br />
melhor constituição <strong>de</strong> um Esta<strong>do</strong>, limites da possível extensão, a fim <strong>de</strong> que não<br />
seja <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> para ser bem governa<strong>do</strong>, nem muito pequeno para manter-se<br />
por si mesmo (ROUSSEAU, 1983, p. 62).<br />
Assim o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser pequeno o suficiente para que possa ser comanda<strong>do</strong> pelo<br />
império da vonta<strong>de</strong> geral: “quanto mais se esten<strong>de</strong> o liame social, tanto mais se afrouxa, e em<br />
geral um esta<strong>do</strong> pequeno é proporcionalmente mais forte <strong>do</strong> que um gran<strong>de</strong>. Mil razões