30.10.2014 Views

jaqueline fátima roman fundamentos de legitimidade do ... - Unioeste

jaqueline fátima roman fundamentos de legitimidade do ... - Unioeste

jaqueline fátima roman fundamentos de legitimidade do ... - Unioeste

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

54<br />

Frente a esse pacto ilegítimo que é estabeleci<strong>do</strong>, Rousseau questionava-se: há a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem social recuperar sua liberda<strong>de</strong> e ser tão livre quanto era ao nascer?<br />

Será que em socieda<strong>de</strong> o homem po<strong>de</strong>ria ser livre, como era no esta<strong>do</strong> natural? Ao que<br />

po<strong>de</strong>ríamos acrescentar: haveria a possibilida<strong>de</strong> e quais seriam as condições <strong>de</strong> existência <strong>de</strong><br />

um pacto legítimo? Essas questões são propostas e respondidas por Rousseau no Do Contrato<br />

Social. Para nosso autor, <strong>de</strong>ve ser criada uma nova or<strong>de</strong>m, que não po<strong>de</strong> ser fundamentada na<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e na <strong>do</strong>minação, sob pena <strong>de</strong> ser ilegítima. Para tanto será preciso estabelecer<br />

uma nova referência <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> 36 . Assim, pois, nasce a proposta <strong>do</strong> direito político em<br />

Rousseau, que será tema <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> próximo capítulo.<br />

36 No capítulo seguinte veremos que a forma que Rousseau encontra <strong>de</strong> obrigar os homens sem submetê-los, sem<br />

que haja aprisionamentos, passa pelas convenções: “O que faz com que um Esta<strong>do</strong> seja um Esta<strong>do</strong>? É a união <strong>de</strong><br />

seus membros. E <strong>de</strong> on<strong>de</strong> nasce a união <strong>de</strong> seus membros? Da obrigação que os liga. Tu<strong>do</strong> está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> até<br />

aqui. Mas qual é o fundamento <strong>de</strong>ssa obrigação? É aqui que os autores se divi<strong>de</strong>m. Segun<strong>do</strong> alguns, é a força;<br />

segun<strong>do</strong> outros é a autorida<strong>de</strong> paterna; ainda, segun<strong>do</strong> outros, é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Cada um estabelece seu<br />

princípio e ataca o <strong>do</strong>s outros. Eu mesmo não fiz <strong>de</strong> maneira diferente, e, seguin<strong>do</strong> a parte mais sadia <strong>do</strong>s que<br />

discutiram esses assuntos, estabeleci como fundamento <strong>do</strong> corpo político a convenção <strong>de</strong> seus membros e refutei<br />

os princípios diferentes <strong>do</strong> meu” (ROUSSEAU, 2006, p. 318/319).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!