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jaqueline fátima roman fundamentos de legitimidade do ... - Unioeste

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serão aborda<strong>do</strong>s em um mesmo item porque segun<strong>do</strong> Rousseau, a passagem <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> natural<br />

para a socieda<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u através <strong>do</strong> advento da proprieda<strong>de</strong>, e foi fundamentalmente para<br />

assegurar a posse da proprieda<strong>de</strong> adquirida que por parte <strong>do</strong>s ricos surgiu a proposta <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> pacto <strong>do</strong>s ricos. Desta forma, a junção em um único item <strong>do</strong>s temas proprieda<strong>de</strong><br />

e pacto <strong>do</strong>s ricos, se justifica pelo fato <strong>de</strong> para Rousseau ambos estão estreitamente<br />

correlaciona<strong>do</strong>s, conforme se <strong>de</strong>monstrará.<br />

1.2.2 Proprieda<strong>de</strong> e Pacto <strong>do</strong>s Ricos<br />

Depois <strong>de</strong> ter passa<strong>do</strong> por um primeiro estágio <strong>de</strong> convivência grupal, no qual as<br />

aproximações humanas se davam <strong>de</strong> forma que viven<strong>do</strong> em um esta<strong>do</strong> pré-social o homem<br />

relacionava-se com o semelhante sem causar-lhe mal algum, no qual as relações eram<br />

precárias, e os homens conviviam sem prejudicarem-se, o homem passa para outro estágio: a<br />

vida em socieda<strong>de</strong>. Macha<strong>do</strong> afirma que esse primeiro estágio <strong>de</strong> convivência grupal <strong>do</strong><br />

homem, somente seria torna<strong>do</strong> infeliz com o advento da proprieda<strong>de</strong>, e a sua legalização:<br />

No pensamento <strong>de</strong> Rousseau o esta<strong>do</strong> social, enquanto convivência interindividual<br />

e enquanto elemento coletivo introduzi<strong>do</strong> no comportamento individual, não é<br />

responsável pela miséria <strong>do</strong> homem atual, que resulta <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> civil, da socieda<strong>de</strong><br />

política. Enquanto me<strong>de</strong>ia entre a in<strong>do</strong>lência inicial e as misérias da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, o<br />

homem encontra-se em um esta<strong>do</strong> que, embora social, lhe é conveniente e só se<br />

tornará infeliz quan<strong>do</strong>, estabelecida a proprieda<strong>de</strong>, fatalmente se lhe seguir a<br />

consagração legal que, por sua vez, traz o estabelecimento <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r superior que<br />

logo se torna ilegítimo (1968, p. 109).<br />

Essa terceira fase <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> teve seu fim <strong>de</strong>creta<strong>do</strong> pela proprieda<strong>de</strong><br />

“é com a introdução da proprieda<strong>de</strong> que esse esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> será <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>” (SALINAS<br />

FORTES, 1989, p. 62). A instituição da proprieda<strong>de</strong> é apontada por Rousseau como o marco<br />

inicial da socieda<strong>de</strong> civil: “o verda<strong>de</strong>iro funda<strong>do</strong>r da socieda<strong>de</strong> civil foi o primeiro que ten<strong>do</strong><br />

cerca<strong>do</strong> um terreno, lembrou-se <strong>de</strong> dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente<br />

simples para acreditá-lo” (ROUSSEAU, 1983, p. 259).<br />

Rousseau percebeu que a proprieda<strong>de</strong> privada po<strong>de</strong> tornar-se uma ameaça para a<br />

liberda<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> não é mantida em limites estreitos. Da instituição da proprieda<strong>de</strong> seguiramse<br />

brigas e combates. Houve a ruptura completa entre as características virtuais <strong>de</strong>scritas por<br />

Rousseau <strong>do</strong> homem no esta<strong>do</strong> natural com o homem <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> civil. Nesse momento “como

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