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jaqueline fátima roman fundamentos de legitimidade do ... - Unioeste

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43<br />

Nessas primeiras aproximações humanas, com o estabelecimento da convivência<br />

incipiente, não há que se falar em direito político, ou mesmo em submissão <strong>de</strong> um homem a<br />

outro, ten<strong>do</strong> em vista que esse <strong>do</strong>mínio não ocorreu nesse momento. A aproximação da<br />

espécie se <strong>de</strong>ve à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevier para não perecer. Os <strong>de</strong>sastres naturais teriam<br />

altera<strong>do</strong> as características <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> natureza, transforman<strong>do</strong>-o <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> que tu<strong>do</strong> fornecia,<br />

para um esta<strong>do</strong> inóspito, no qual os membros da espécie mantinham relações <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />

entre si, on<strong>de</strong> nenhum se sobrepunha ao outro. A coesão <strong>do</strong> grupo os manteria vivos, mesmo<br />

que fosse uma coesão física, para protegerem-se <strong>do</strong> frio, assim o calor <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s tinha o mesmo<br />

valor.<br />

Posteriormente a essa primeira aproximação precária, o homem tem a idéia <strong>de</strong><br />

construir alojamentos para proteger-se das chuvas, inundações, frio, e assim com a construção<br />

<strong>de</strong> cabanas, ocorre o que é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> “revolução técnica” (SALINAS, 1989, p. 61). A<br />

construção das cabanas não significa que a socieda<strong>de</strong> está instaurada, mas tão-só o início <strong>de</strong><br />

uma segunda fase <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> aproximação humana.<br />

Ultrapassada essa segunda fase, uma nova fase é iniciada, muito parecida com a<br />

segunda, exceto pelo fato <strong>de</strong> que nessa o número <strong>de</strong> habitações coletivas é multiplica<strong>do</strong>, e o<br />

relacionamento interno entre pessoas <strong>de</strong> uma mesma família, restrito ao interior <strong>de</strong> uma<br />

cabana, acaba por se esten<strong>de</strong>r às cabanas vizinhas, e assim os primeiros ban<strong>do</strong>s são forma<strong>do</strong>s.<br />

Essa fase, segun<strong>do</strong> Salinas Fortes, na história da humanida<strong>de</strong>, foi a mais feliz que o homem<br />

viveu, pois nela, o homem conseguia relacionar-se com seus semelhantes <strong>de</strong> forma verda<strong>de</strong>ira<br />

e pacífica, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leis, em uma agrupação incipiente, a qual foi <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong><br />

juventu<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>:<br />

A terceira etapa será caracterizada como a socieda<strong>de</strong> começada. Levadas por<br />

circunstâncias fortuitas e viven<strong>do</strong> em uma permanente vizinhança as famílias<br />

acabam por se reunir e formar ban<strong>do</strong>s mais permanentes e, afinal uma nação<br />

particular, unida por costumes e não regulamentos e leis. Esse momento <strong>de</strong><br />

juventu<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, que correspon<strong>de</strong> mais ou menos ao grau em que chegou a<br />

maioria <strong>do</strong>s povos selvagens que nos é conhecida, constitui a época mais feliz e<br />

melhor <strong>do</strong> homem, já que se situa em um justo meio entre a in<strong>do</strong>lência e o esta<strong>do</strong><br />

primitivo e a petulante ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nosso amor próprio (SALINAS FORTES,<br />

1989, p. 62).<br />

Por ser o momento mais feliz <strong>do</strong> homem no mun<strong>do</strong>, no qual os relacionamentos<br />

humanos se estabelecem <strong>de</strong> forma que cada qual consegue relacionar-se com seu semelhante<br />

sem causar-lhe mal, <strong>de</strong> forma mansa e pacífica, não há motivos para lutas ou confrontos e por<br />

isso, não há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leis para limitar o homem. A não existência da proprieda<strong>de</strong><br />

contribui para o ambiente amistoso existente, pois tu<strong>do</strong> nessa fase ainda é <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, e

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