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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanáliseé o pai a pessoa que sempre lhe <strong>de</strong>u mais atenção, ou seja, quem sempre dispensoucuida<strong>do</strong> para com ele.É um a<strong>do</strong>lescente que mostra muita mágoa com relação à mãe, afirman<strong>do</strong> queela negligencia carinho e cuida<strong>do</strong>s para com ele, dizen<strong>do</strong> que ela nunca se preocupoucom ele, nunca lhe <strong>de</strong>dicou atenção, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> ele era ainda criança. Essa fala <strong>de</strong>lese referin<strong>do</strong> à negligência da mãe quan<strong>do</strong> pequeno mostra ser muito parecida com odiscurso <strong>do</strong> pai, pois esse pai é quem afirma que a mãe foi negligente em relação ao seufilho (Marcos). Assim, percebe-se a semelhança entre os discursos, ou seja, a fala cheia<strong>de</strong> mágoa que Marcos traz na sessão <strong>de</strong> terapia po<strong>de</strong> estar também influenciada peloque o pai sempre disse e que continua dizen<strong>do</strong>. Então, por gostar tanto <strong>do</strong> pai, por tê-loinclusive como mo<strong>de</strong>lo e referência, acaba por emprestar <strong>de</strong>ste o seu discurso.Po<strong>de</strong>-se pensar em relação ao caso <strong>de</strong> Marcos, que ele conseguiu passar <strong>de</strong>forma um tanto tranquila a fase em que era ainda um bebê, até mesmo porque ele nãoparece ser alguém que seria i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como um psicótico, que é o queprovavelmente teria aconteci<strong>do</strong> caso a mãe não tivesse dispensa<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> para comele nessa fase. Inclusive, ele aparenta ter uma estrutura da neurose, até mesmomostran<strong>do</strong> várias características <strong>de</strong> um neurótico obsessivo, dadas as diversashesitações antes das ações, ou seja, um árduo conflito entre fazer o certo e o erra<strong>do</strong>, aponto <strong>de</strong> sair prejudica<strong>do</strong>. Tem muito me<strong>do</strong> <strong>de</strong> cometer um ato erra<strong>do</strong>, e quan<strong>do</strong>comete algum erro, algo que para ele não está certo, sente muita culpa, o que o <strong>de</strong>ixa<strong>de</strong>pressivo, crian<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que ninguém o merece, que não faz senti<strong>do</strong> existir, poisnão acrescenta nada <strong>de</strong> bom para a vida das pessoas que o cercam.Quan<strong>do</strong> ele <strong>de</strong>monstra e fala sobre esses sentimentos <strong>de</strong> que ninguém merecealguém tão ruim quanto ele, Marcos mostra (verbaliza) estar se i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> com amãe, pois para ele, é ela quem comete erros sempre, e que as pessoas não recebem nada<strong>de</strong> bom vin<strong>do</strong> <strong>de</strong>la. Sempre que fala da mãe, inclusive, mostra o quanto é gran<strong>de</strong> suamágoa, não conseguin<strong>do</strong> mais enxergar algo bom na mãe, e diz não conseguir maisconfiar nela, mesmo quan<strong>do</strong> ela tenta se aproximar <strong>de</strong>le, pois sente que a qualquermomento ela po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-lo <strong>de</strong> la<strong>do</strong>, se esquecer <strong>de</strong>le.Com esses pensamentos, ele evi<strong>de</strong>ncia o sofrimento como consequência <strong>de</strong> nãoter recebi<strong>do</strong> o holding necessário, mostran<strong>do</strong>, com o me<strong>do</strong> <strong>de</strong> que ela se esqueça <strong>de</strong>le,que isso já aconteceu na infância, ou seja, que já houve momentos em que ela o <strong>de</strong>ixou<strong>de</strong> la<strong>do</strong>. Assim, é notório o quanto esse fato lhe <strong>de</strong>ixou marcas, influencian<strong>do</strong> seu mo<strong>do</strong><strong>de</strong> pensar e sentir no presente.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>96

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