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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálisepsiquicamente o filho a<strong>do</strong>lescente. O espaço terapêutico permitiu que ele visse que nãoprecisa ser o correto e buscou mudanças em sua vida.Mesmo sen<strong>do</strong> um a<strong>do</strong>lescente, ele mostrou-se alguém com dificulda<strong>de</strong>s para sedivertir, para ser às vezes imaturo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a toda a culpa que sentia. Alguém sério, quenão se dava a oportunida<strong>de</strong> <strong>do</strong> brincar, algo tão necessário, como já dizia <strong>Winnicott</strong>. Aimaturida<strong>de</strong>, então, não po<strong>de</strong> estar separada da fase pela qual ele está passan<strong>do</strong>, porém,Marcos era alguém que não se permitia ser imaturo, ten<strong>do</strong> assim um sofrimento comoconsequência <strong>de</strong>ssa rigi<strong>de</strong>z consigo mesmo.Refletin<strong>do</strong> em terapia, então, sobre a maneira como ele se comporta eprincipalmente analisan<strong>do</strong> a culpa que sentia pelo que faz ou <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fazer, Marcospassou a perceber o quanto ele se preocupava com tu<strong>do</strong> o que fazia, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> fazer,muitas vezes, coisas das quais gostava, que sentia prazer, simplesmente pelo me<strong>do</strong> <strong>de</strong>aquilo ser erra<strong>do</strong>, por estar <strong>de</strong>sagradan<strong>do</strong> alguém. Ele sempre sentiu que precisava fazero que era manda<strong>do</strong> que ele fizesse, e quan<strong>do</strong> não obe<strong>de</strong>cia a uma “or<strong>de</strong>m” <strong>de</strong>sse tipo,sentia-se totalmente culpa<strong>do</strong> e <strong>de</strong>primi<strong>do</strong>, como já foi afirma<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> texto <strong>do</strong>presente trabalho.A partir <strong>de</strong> então, passou a experienciar momentos novos, se sentir mais livre,mesmo o pai não lhe conce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> essa liberda<strong>de</strong>, ou seja, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> que opai achava que ele <strong>de</strong>veria ser, ele começou a atuar no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> satisfazer suasvonta<strong>de</strong>s mesmo sem a aprovação e consentimento <strong>do</strong> pai, pois essas ações faziam parte<strong>de</strong> quem ele era, e não <strong>de</strong> quem o pai queria que ele fosse.Nesse ambiente que lhe é ofereci<strong>do</strong> agora, ou seja, no ambiente terapêutico, eletem liberda<strong>de</strong> para ser ele mesmo, sem passar por julgamentos <strong>de</strong> valor, aos quais eleestá familiariza<strong>do</strong> por causa <strong>de</strong> seu pai. Nesse espaço que é <strong>de</strong>le, Marcos percebe quenão precisa <strong>de</strong> uma máscara para escon<strong>de</strong>r suas vonta<strong>de</strong>s e frustrações, pois lhe foioferta<strong>do</strong> um ambiente no qual não existe certo ou erra<strong>do</strong>, um lugar que lhe auxilia aorganizar seus pensamentos sem lhe julgar. Esse ambiente preza exatamente que eleexpresse o que sente e pensa, sem precisar se preocupar, ou seja, sem ter me<strong>do</strong> <strong>do</strong> que ooutro em sua frente possa pensar sobre o que ele relata, sem tantos me<strong>do</strong>s e culpas, queeram algo que lhe traziam tanto sofrimento.Esse espaço da terapia tenta suprir, então, o que ele po<strong>de</strong> não ter ti<strong>do</strong> na infância,e que ainda necessita: um ambiente suficientemente bom e facilita<strong>do</strong>r. Então essarelação terapêutica que foi estabelecida <strong>de</strong>sempenha uma função <strong>de</strong> holding, para queesse indivíduo possa continuar a se <strong>de</strong>senvolver, porém <strong>de</strong> forma mais tranquila, vistoUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>100

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