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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseAssim, cabe ao psicoterapeuta promover um ambiente facilita<strong>do</strong>r como setting,on<strong>de</strong> haja confiança e segurança suficientes para que o indivíduo possa acessarexperiências traumáticas até então não elaboradas <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> em que tenha o suporteemocional da<strong>do</strong> pelo psicoterapeuta. Apenas com esse apoio profissional que oindivíduo tem mais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reagir ao ambiente que falhou e darprosseguimento ao seu <strong>de</strong>senvolvimento.Deve-se, no entanto, ressaltar que para que este ambiente facilita<strong>do</strong>r sejapossível no setting, são necessários alguns cuida<strong>do</strong>s quanto à postura <strong>do</strong> profissional.Segun<strong>do</strong> Garcia et al (2007),Ao terapeuta cabe a paciência necessária para a reelaboração <strong>do</strong>sprocessos primários <strong>de</strong>sse paciente. O tempo, não cronológico, é otempo da reconstrução, o tempo interno das novas experimentações eludicida<strong>de</strong>s. O reinventar das percepções <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> com suas falhas ounão, é um momento laborioso que cabe ao paciente, com a sutilpresença <strong>do</strong> terapeuta. Porém, quan<strong>do</strong> esse espaço também é invadi<strong>do</strong>pela pressa, pela urgência causada pela ansieda<strong>de</strong> terapêutica,novamente remonta-se a falha ambiental primária (p. 126).Portanto, assim como há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o analista conseguir reproduzir opapel <strong>de</strong> mãe suficientemente boa para auxiliar na retomada <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> indivíduo, também há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o analista agir <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> arepresentar mais uma falha ambiental na história <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> indivíduo. Por isso, anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentar a função <strong>de</strong> holding para que o indivíduo reviva suasexperiências <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com suas condições psíquicas e no tempo que lhe for necessário.A imposição <strong>de</strong> evolução por parte <strong>do</strong> analista só será mais um evento invasivo que oindivíduo terá que lidar com os poucos recursos que foi capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver ao longo<strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento.No caso da a<strong>do</strong>lescente discuti<strong>do</strong> neste trabalho, cabe ao analista proporcionarum ambiente facilita<strong>do</strong>r o suficiente para que ela consiga falar sobre o assunto datentativa <strong>de</strong> abuso, assim como expressar o que sente em relação ao ocorri<strong>do</strong>, uma vezque até então, a informação <strong>do</strong> abuso sexual foi trazida apenas pela mãe, ten<strong>do</strong> aa<strong>do</strong>lescente nunca menciona<strong>do</strong>. Assim, o trabalho com a a<strong>do</strong>lescente <strong>de</strong>ve visar àconstrução <strong>de</strong> um ambiente em que ela se sinta segura em reviver tal experiência e queencontre dispositivos para lidar com esse conteú<strong>do</strong>.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>169

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