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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseA última vez que disse ter fica<strong>do</strong> muito magoa<strong>do</strong> com a mãe foi quan<strong>do</strong> ele dissea ela que iria morar com o pai, e então ela aceitou tranquilamente, o que o <strong>de</strong>ixouextremamente triste, sentin<strong>do</strong> isso como uma rejeição (esse fato aconteceu háaproximadamente um ano). Uma rejeição que, mesmo antes não sen<strong>do</strong> através <strong>de</strong>palavras, sempre sentiu. E, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> <strong>Winnicott</strong>, no que diz respeito aoambiente facilita<strong>do</strong>r anteriormente comenta<strong>do</strong>, a mãe tem papel fundamental no senti<strong>do</strong><strong>de</strong> ser suficientemente boa, dan<strong>do</strong> o suporte a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à criança, não somente quan<strong>do</strong>bebê, mas também durante toda a fase da infância e, posteriormente, na a<strong>do</strong>lescência.Porém, na infância a <strong>de</strong>pendência que a criança tem da presença da mãe é muito gran<strong>de</strong>e, diga-se <strong>de</strong> passagem, muito visível. Como <strong>Winnicott</strong> (1975) afirma, o bebê precisaver-se nos olhos da mãe. E a criança, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns anos, ainda precisa <strong>de</strong>ssa<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> afeto, <strong>de</strong> preocupação, <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong>, ou seja, <strong>de</strong>ssa função <strong>de</strong>maternagem, o holding que esse indivíduo precisa receber. Assim, po<strong>de</strong>m-se percebernesse a<strong>do</strong>lescente, as marcas que uma falta <strong>de</strong> atenção dispensada pela mãe <strong>de</strong>ixou.Po<strong>de</strong>-se dizer, portanto, que se o indivíduo não teve, na infância, um ambienteque lhe <strong>de</strong>sse um suporte eficaz, conten<strong>do</strong> suas angústias, que o acolhesse, lheproporcionan<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> necessário, ou seja, um ambiente facilita<strong>do</strong>r, seu<strong>de</strong>senvolvimento enquanto indivíduo saudável po<strong>de</strong> ficar então comprometi<strong>do</strong>. Issoporque, como já anteriormente afirma<strong>do</strong>, um ambiente suficientemente bom é acondição necessária para que esse <strong>de</strong>senvolvimento emocional ocorra <strong>de</strong> formaa<strong>de</strong>quada e satisfatória.Marcos mostra <strong>de</strong> várias maneiras a necessida<strong>de</strong> que sente <strong>de</strong> ter ti<strong>do</strong> esseambiente que lhe amparasse quan<strong>do</strong> criança, ou seja, <strong>de</strong> ter uma mãe que fossesuficientemente boa. Além <strong>do</strong> sofrimento visível <strong>de</strong>sse indivíduo, algumas <strong>de</strong> suasações mostram o quanto ele gostaria <strong>de</strong> “algo da mãe” por perto. Um episódio conta<strong>do</strong>por ele explica a situação: há alguns anos, Marcos “roubou” dinheiro da mãe, umaquantia <strong>de</strong> R$200,00. Questiona<strong>do</strong> na terapia sobre se ele precisava <strong>do</strong> dinheiro,afirmou que não, e que não gastou o dinheiro, algo que inclusive foi <strong>de</strong>volvi<strong>do</strong> à mãepor ele, quan<strong>do</strong> o pai <strong>de</strong>scobriu o fato. Esse acontecimento mostra, claramente, que elequeria algo da mãe. Algo que, na fala <strong>de</strong>le, é explícito: o cuida<strong>do</strong> que ele não recebeu <strong>de</strong>forma a<strong>de</strong>quada, a preocupação que ele acha que merecia. Portanto, como são coisasmais difíceis <strong>de</strong> “pegar da mãe”, ou até mesmo por ser algo difícil <strong>de</strong> pedir a ela agora,já na a<strong>do</strong>lescência, o a<strong>do</strong>lescente achou outra via, e acabou por agir através <strong>de</strong> um atosimbólico, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que queria algo que ela não lhe <strong>de</strong>u. Queria,Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>97

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