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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseEntão, nesse caso, se aplica totalmente o que o autor afirmou: “A tendênciaantissocial não se relaciona com uma carência, mas sim com uma privação”.(WINNICOTT, 1989, p. 83) Essa privação, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com <strong>Winnicott</strong>, po<strong>de</strong> ser o caso<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>pressão vivida pela mãe, ou sua ausência, ocorren<strong>do</strong> num momento crítico ou<strong>de</strong> dissolução da família. No caso em questão, po<strong>de</strong>-se dizer que é uma ausência damãe, mesmo que não seja total. Porém, qualquer ausência da mãe é percebida pelo filho,e po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar nele marcas, como já comenta<strong>do</strong>. Como afirma <strong>Winnicott</strong>:Mesmo uma privação menos violenta, ocorren<strong>do</strong> num momento <strong>de</strong>dificulda<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong> acarretar resulta<strong>do</strong>s persistentes, sobrecarregan<strong>do</strong>as <strong>de</strong>fesas disponíveis. Por trás <strong>de</strong> uma tendência antissocial hásempre uma fase <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> seguida <strong>de</strong> uma ruptura, após a qual ascoisas nunca mais foram as mesmas. (WINNICOTT, 1997, p. 125)E, no caso <strong>de</strong> Marcos, também houve essa dissolução da família, com aseparação <strong>do</strong>s pais. Ou seja, uma ruptura que já seria por si só algo que traria algumaconsequência para a criança, mas que além <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, ainda foi seguida <strong>de</strong> constantesausências da mãe, que <strong>de</strong>ixava o filho com sua mãe (avó materna <strong>de</strong> Marcos) para sair,ou não lhe dava atenção quan<strong>do</strong> estava em casa, momentos em que teria a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> lhe dar carinho, cuida<strong>do</strong>, sustentação, enfim, holding.De acor<strong>do</strong> com <strong>Winnicott</strong> (1997), várias dificulda<strong>de</strong>s passadas pelosa<strong>do</strong>lescentes, casos que requerem o auxílio e intervenção <strong>de</strong> um profissional, sãoprodutos <strong>de</strong> condições ambientais ina<strong>de</strong>quadas, ou seja, é a reação <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescenteperante a falha <strong>do</strong> ambiente. Então, po<strong>de</strong>-se dizer, segun<strong>do</strong> este autor, que o ambienteque cerca o a<strong>do</strong>lescente é um fator <strong>de</strong> suma importância.Em vários casos, se ouve o discurso <strong>de</strong> pais sobre o quanto esse processo (oa<strong>do</strong>lescer <strong>do</strong>s filhos) lhes causa muitas “<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça”, porém, esses pais <strong>de</strong>vemestar atentos para o fato <strong>de</strong> que são em gran<strong>de</strong> parte responsáveis por auxiliar estea<strong>do</strong>lescente a chegar à maturida<strong>de</strong> da fase adulta. Assim, acredita-se no quão importanteé o suporte parental ofereci<strong>do</strong> pelos cuida<strong>do</strong>res, nessa fase <strong>de</strong> várias transformações navida <strong>de</strong>sse indivíduo, que está num contínuo processo <strong>de</strong> vir a ser.Po<strong>de</strong>-se então pensar o processo analítico. Marcos precisa ou precisou <strong>de</strong> umambiente holding, para que pu<strong>de</strong>sse expressar todas estas dificulda<strong>de</strong>s com os pais. Deum la<strong>do</strong> uma pressão paterna para que seja aquilo que Marcos não é. E outra pressãopor parte materna <strong>de</strong> ser livre ao ponto <strong>de</strong> não contribuir ou não conseguir sustentarUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>99

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