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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseAssim por meio <strong>de</strong>stes da<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> sua fala nas primeiras sessões foi possívelperceber que se tratava <strong>de</strong> uma paciente que não teve em sua fase inicial um ambientefacilita<strong>do</strong>r, ou seja, uma mãe suficientemente boa, o que a leva a apresentar um intensosofrimento e uma falta <strong>de</strong> confiança nas pessoas que a cercam. Pois segun<strong>do</strong> o relato <strong>de</strong>Júlia, sua mãe biológica a aban<strong>do</strong>nou logo após o nascimento passan<strong>do</strong> a função para asua avó materna, que embora tenha cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> Júlia proven<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>s necessáriospara seu crescimento e certo amadurecimento, não assumiu a função <strong>de</strong> to<strong>do</strong>, já quesegun<strong>do</strong> a fala <strong>de</strong> Júlia “sua avó a consi<strong>de</strong>ra filha, mas uma filha diferente das outras,que é tratada <strong>de</strong> maneira diferente e não recebe o mesmo apoio e carinho que as outrasfilhas”. (SIC). Segun<strong>do</strong> a teoria <strong>de</strong> <strong>Winnicott</strong> um ambiente suficientemente bom, não éapenas aquele que supre as necessida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> um bebê, mas aquele que se adapta atodas as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste, sen<strong>do</strong> elas físicas e emocionais, o protegen<strong>do</strong> e permitin<strong>do</strong>seu movimento espontâneo sem a perda <strong>de</strong> seu ser. Pois, caso contrário, acontece umaintrusão <strong>do</strong> ambiente sobre a criança, levan<strong>do</strong>-a a reagir e per<strong>de</strong>r a sensação <strong>do</strong> ser.(BRAGA, 2012).Braga (2012) revela a importância <strong>do</strong> ambiente, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como afalha <strong>de</strong>ste po<strong>de</strong> provocar uma perda da sensação <strong>de</strong> ser, que é a busca <strong>do</strong>s indivíduos,principalmente na época da a<strong>do</strong>lescência. Esta perda da sensação <strong>de</strong> ser é encontrada nafala <strong>de</strong> Júlia, que relata não saber quem é. Se sente como sen<strong>do</strong> duas pessoas diferentes:“Eu sou a<strong>do</strong>lescente na escola, que é meu refúgio, lá eu posso rir <strong>de</strong> coisas bobas. Emcasa sou adulta, pois tenho que cuidar <strong>do</strong>s meus filhos e minha família não aceita meula<strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente”. (SIC)Esta perda da sensação <strong>de</strong> ser afasta Júlia <strong>de</strong> seu verda<strong>de</strong>iro self, viven<strong>do</strong> através<strong>de</strong> uma fachada, isto é, para lidar com seu ambiente Júlia se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com um falso self,isto é, a paciente se esforça para ser uma boa mãe, pois este é o <strong>de</strong>sejo daqueles que aro<strong>de</strong>iam, porém isto parece ir contra um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser criança, <strong>de</strong> viver a a<strong>do</strong>lescênciaperdida, <strong>de</strong>sejo que <strong>de</strong>ve ser escondi<strong>do</strong>, para não correr o risco <strong>de</strong> seu verda<strong>de</strong>iro selfser novamente feri<strong>do</strong> e interrompi<strong>do</strong>.No procedimento Desenho-história aparece uma mulher grávida em oposição(versus) a uma criança que está muito feliz, com os braços estendi<strong>do</strong>s para cima, os <strong>do</strong>is<strong>de</strong>senhos parecem não ter olhos. O <strong>de</strong>senho também nos remete um falo que sai <strong>do</strong>peito na figura da mulher. Diante <strong>de</strong> tal <strong>de</strong>senho é possível perceber o conflito <strong>de</strong> Júliaentre seu <strong>de</strong>sejo e a exigência externa. Também se po<strong>de</strong> pensar em referência ao faloque sai <strong>do</strong> peito na figura da mulher, da invasão que Júlia sofreu em sua a<strong>do</strong>lescência,Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>137

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