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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálise<strong>Winnicott</strong>, em 1956, atribui a tendência anti-social às dificulda<strong>de</strong>s no<strong>de</strong>senvolvimento emocional <strong>de</strong> crianças normais ou quase normais, não se limitan<strong>do</strong>,portanto, às estruturas neuróticas ou psicóticas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> também ser encontrada emtodas as ida<strong>de</strong>s. A etiologia <strong>de</strong>sta tendência segun<strong>do</strong> o autor encontra-se no fato <strong>de</strong> acriança ter passa<strong>do</strong> por uma experiência <strong>de</strong> “<strong>de</strong>-privação” em sua vida, ou seja, houve aperda <strong>de</strong> algo que foi bom até um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento, e que <strong>de</strong>sapareceu por umperío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo em que a criança seria incapaz <strong>de</strong> conservar viva sua memória. Estafalha ocorre no ambiente familiar, em aspectos que lhe são essenciais.Um aspecto fundamental da privação, segun<strong>do</strong> <strong>Winnicott</strong>, é que a falha ocorraem um perío<strong>do</strong> em que o bebê já seja capaz <strong>de</strong> perceber que esta se <strong>de</strong>u no ambiente, ouseja, a falha é externa e não interna. Este grau <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ego, o qual permite talpercepção, é que <strong>de</strong>termina o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma tendência anti-social e não uma<strong>do</strong>ença psicótica. A percepção correta da causa ambiental da falha provoca também adistorção da personalida<strong>de</strong> e o impulso <strong>de</strong> buscar a cura numa nova provisão ambiental(WINNICOTT, 2005).A tendência anti-social não <strong>de</strong>ve ser tratada como um diagnóstico, sen<strong>do</strong> queela po<strong>de</strong> aparecer em indivíduos normais, neuróticos ou psicóticos, também po<strong>de</strong>rá serencontrada em qualquer ida<strong>de</strong> não somente na criança. O comportamento anti-socialpo<strong>de</strong> aparecer em qualquer contexto, sen<strong>do</strong> que a criança, por exemplo, é vista como<strong>de</strong>sajustada e até levada aos tribunais como alguém “fora <strong>do</strong> controle”. No contextoclínico o indivíduo que apresenta características anti-sociais é trata<strong>do</strong> como alguém embusca <strong>de</strong> esperança, pois ao realizar o atendimento com este tipo especifico <strong>de</strong> pacienteso terapeuta irá <strong>de</strong> encontro ao momento <strong>de</strong>ssa esperança e irá correspon<strong>de</strong>r a ela(WINNICOTT, 2000).Existem duas vertentes na tendência anti-social, as quais são <strong>de</strong>scritas peloautor, como uma busca pela experiência perdida. De um la<strong>do</strong> aparece o furto,representan<strong>do</strong> a procura por algo - a mãe - que não sen<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>, continuará sen<strong>do</strong>procura<strong>do</strong> em outro lugar. Do outro la<strong>do</strong> aparece a <strong>de</strong>strutivida<strong>de</strong>, representan<strong>do</strong> abusca pela estabilida<strong>de</strong> ambiental perdida, que suporte às pressões <strong>de</strong> seucomportamento instintivo. Com esta segunda vertente, o que a criança quer na verda<strong>de</strong>,é provocar reações <strong>do</strong> ambiente como um to<strong>do</strong>, como se buscasse um <strong>de</strong>limita<strong>do</strong>ramplo, a começar pelo corpo da mãe, os braços da mãe, o lar, a família, a escola, obairro com sua <strong>de</strong>legacia <strong>de</strong> polícia, o país e suas leis (WINNICOTT, 2000).Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>108

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