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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseNo artigo “Object relactions: toward a relational mo<strong>de</strong>lo of mind” (Irene Fast,1992), fica bem exemplificada essa posição. Ela diz que, na perspectiva das relaçõesobjetais, as crianças po<strong>de</strong>m ser vistas como persegui<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> objetos como propõemFairbairn e Bowlby ou, em vez <strong>de</strong>ste enfoque direcional, outros teóricos enfatizam orelacionamento <strong>de</strong> duas pessoas como um to<strong>do</strong> – a unida<strong>de</strong> mãe-bebê – como maisfundamental <strong>do</strong> que a busca <strong>de</strong> vínculo por parte da criança, como propõe, por exemplo,<strong>Winnicott</strong> (FAST, 1992, p. 188).Gradualmente, a noção <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma pessoa é afeta<strong>do</strong> tantopela maneira <strong>de</strong> ser da mãe como pelo mo<strong>do</strong> como a mãe percebe e cuida <strong>de</strong> seu bebêtornou-se evi<strong>de</strong>nte. Várias outras áreas <strong>de</strong> pesquisas, como a neonatologia, contribuírampara iluminar essa verda<strong>de</strong>. Nesse novo cenário, a teoria <strong>do</strong> amadurecimento pessoal <strong>de</strong><strong>Winnicott</strong> vem se <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> como a que maior substrato traz para a compreensão <strong>do</strong>acontecer humano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento <strong>de</strong> um bebê <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, sem consciência <strong>de</strong> si,<strong>do</strong> outro e da relação entre eles, até a constituição <strong>de</strong> uma pessoa autônoma, criativa,responsável e ciente <strong>do</strong>s compromissos com o outro e com a realida<strong>de</strong>.Contrapon<strong>do</strong>, por exemplo, com a noção <strong>de</strong> “mãe ruim” <strong>de</strong>flagrada por Bowlby,e que terminou por gerar um excesso <strong>de</strong> pre<strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> que é bom e mau narelação entre mãe e filho, atualmente se reconhece que somente <strong>Winnicott</strong> esclareceteoricamente qual é o papel da mãe e quais são as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> bebê para que a linha<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento transcorra sem distorções. Também se aceita que apenas em<strong>Winnicott</strong> há clareza sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r ou não as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> umfilho ao longo da trajetória <strong>de</strong> ele se constituir como pessoa sempre ser relativa a umasituação concreta. Isto é, está sempre referi<strong>do</strong> a uma mulher com uma condição <strong>de</strong>amadurecimento e capacida<strong>de</strong>s próprias, que lidará com a nova realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serinicialmente tu<strong>do</strong> para cada novo bebê que venha ter, na esperança <strong>de</strong> que ele venha aser alguém. Para <strong>Winnicott</strong>, não há regras nem tecnicismo propostos, por ninguémexterno a essa relação, que capacite a mulher para exercer essa tarefa com pessoalida<strong>de</strong>.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se ainda a oposição natureza versus criação, sabe-se que<strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong>staca a importância <strong>do</strong> ambiente, mas que, apenas em sua teoria, o lugar e aimportância da fantasia da criança na constituição <strong>de</strong> seu psiquismo estão manti<strong>do</strong>s.Concernente à oposição entre trauma versus fantasia, compreen<strong>de</strong>-se que somente<strong>Winnicott</strong> articulou diferentes acepções <strong>de</strong> trauma, as quais só po<strong>de</strong>m ter seus senti<strong>do</strong>s esignifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong>s ao momento da falha ambiental e <strong>do</strong>amadurecimento <strong>do</strong> bebê. O aspecto diferencial, em termos <strong>de</strong> experiência <strong>do</strong> que éUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>41

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