<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanálisePalavras-chaves: Gestação, Prematurida<strong>de</strong> e Sofrimento Psíquico.AbstractThis paper exposes through practice internship conducted in a maternity and NICUreflection on preterm birth and its implications for the mother. The birth of a prematurechild is very complicated, usually after <strong>de</strong>livery the baby is taken to the NICU, whichmakes this time very difficult and painful for the mother, especially when you cannottake the baby home from the hospital discharge same. The mother experiences manydifferent emotions: fantasies, fear, anger, sadness, worry, anxiety, guilt, and others.During pregnancy and months passed, the baby passes the symbolic imagery of themother for real, because there is a growing belly and also fetal movements are moreintense, the baby begins to be increasingly real mother. The nine months of pregnancyare consi<strong>de</strong>red fundamental to the physiological organization of the baby as well as theorganization's psychic mother, Ammanniti (apud CUNHA, 2004) states that it isbetween the 4th and 7th month of pregnancy that the fantasies that the mother has inrelation to your baby are growing and in the last two months the pace becomes slowerand the mother will accept their real baby. <strong>Winnicott</strong> says that women need to <strong>de</strong>velop astate of "Primary Maternal Preoccupation", this phase is marked by an increasedsensitivity of the mother, making her the first suits needs of the child at that stage, topostpartum care and i<strong>de</strong>ntifies with his son, temporarily aban<strong>do</strong>ning other interests, thisphase begins to be <strong>de</strong>veloped in the last months of pregnancy and lasts until some timeafter birth. When the birth is premature, the mother is still set in imaginary baby, sosometimes it's hard to sync this mother with her real baby, and may also have not yet<strong>de</strong>veloped the status of “Primary Maternal Preoccupation”.Keywords: Pregnancy, Prematurity and Psychic Suffering.Maternida<strong>de</strong>: a espera <strong>de</strong> um sonho?A maternida<strong>de</strong> é um ambiente rico em aprendizagem para o psicólogo, po<strong>de</strong>-seobservar que a vinda <strong>de</strong> um filho, todas as fantasias geradas durante a espera <strong>de</strong>ste etambém os me<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>sejos advin<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta nova experiência, proporciona para opsicólogo particularida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> trabalho analítico.Neste contexto especifico, é possível observar que o perío<strong>do</strong> da gestaçãoproporciona à mulher a vivência e revivência <strong>de</strong> experiências, assim como afirma SternUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>122
<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálise(1997) “A gestação traz a tona aspectos <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong> Édipo da mulher que ficaramno passa<strong>do</strong>, mas que são revivi<strong>do</strong>s com toda intensida<strong>de</strong> neste momento.” (p. 08)É importante ressaltar que o perío<strong>do</strong> da gestação caracteriza-se como uma etapa<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> transformação, física e psíquica, tanto para a mulher quanto para o bebê.Durante a espera <strong>do</strong> filho, a futura mãe irá fazer uma reorganização da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>forma que, a mulher agora não será apenas filha e/ou esposa, mas também se tornaramãe.Esta nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> tem um gran<strong>de</strong> peso social e, este recai sobre a futura mãesen<strong>do</strong> o gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> muitas dúvidas, como por exemplo, se terá capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidarfísica e psiquicamente <strong>do</strong> bebê, e também a preocupação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar-se com este filhoque ira nascer. To<strong>do</strong>s estes receios são inconscientes, mas, revolucionam os sentimentosda futura mãe.Observa-se também que além <strong>de</strong>stes receios e fantasias, é comum que asgestantes nutram pensamentos em torno <strong>do</strong> me<strong>do</strong> diante da possibilida<strong>de</strong> daprematurida<strong>de</strong> e/ou malformação, bem como que o bebê nasça morto ou que não seja obebê i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong>-se observar que o papel <strong>do</strong> psicólogo é escutar os anseiosmaternos para assim po<strong>de</strong>r proporcionar á gestante uma gradativa elaboração <strong>de</strong>stesconflitos.Como exemplo <strong>do</strong> que foi <strong>de</strong>scrito acima, vejamos o caso <strong>de</strong> uma gestante E.A.P36 anos, primeira gestação, diagnóstico <strong>de</strong> miomatose uterina. A gestante relata seusme<strong>do</strong>s diante da possibilida<strong>de</strong> da malformação fetal, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos micromiomas presentesem seu útero, dizen<strong>do</strong>: “quero ver se ele tem algum problema físico, se os miomasfizeram alguma coisa com ele” (sic). Tais fantasias tem origem a partir das explicaçõesmédicas, que haviam lhe explica<strong>do</strong> que o mioma “suga” o útero, dificultan<strong>do</strong> assim ocrescimento normal <strong>do</strong> útero necessário para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> bebê, a mesmaimaginava “o que os miomas estão fazen<strong>do</strong> com meu menino” (sic).Essa paciente contava que nas primeiras ultrassonografias não conseguia ver obebê, visualizan<strong>do</strong> apenas os miomas, mas ao longo da gestação foi possível ver o bebêe já quase no final da gestação ela dizia que ele estava na frente <strong>do</strong>s miomas e ficavamuito feliz, ressaltan<strong>do</strong> “meu menino é muito valente, está conquistan<strong>do</strong> o seu espaçono útero, tá mostran<strong>do</strong> para os miomas que quem manda ali é ele” (sic). Caron (p. 124)afirma “a capacida<strong>de</strong> procria<strong>do</strong>ra dá à mulher um sentimento <strong>de</strong> força, po<strong>de</strong>r e posse e ocontrole sobre a vida e a morte <strong>de</strong> um ser cuja existência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> estreitamente <strong>de</strong>la.”Vemos então que a gestação traz para a mulher um sentimento <strong>de</strong> “po<strong>de</strong>r” diante àUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>123