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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálisepsicológico, mais uma vez foi nota<strong>do</strong> que os membros colocavam F2 na posição <strong>de</strong>“<strong>do</strong>ente” e eles na posição <strong>de</strong> “ajudantes”.O interessante <strong>do</strong> atendimento a famílias é que os membros reproduzem, <strong>de</strong>ntro<strong>do</strong> consultório, os papéis que cada um exerce <strong>de</strong>ntro da configuração familiar e umpouco sobre a dinâmica da família. O que foi possível observar neste caso foi a posiçãoque a família tentava, a to<strong>do</strong> o momento, colocar F2. A partir <strong>de</strong> perguntas da terapeuta,quan<strong>do</strong> direcionada para outros membros ou outras ativida<strong>de</strong>s que não fossem a respeitoda queixa, os membros da família <strong>de</strong>sviavam o assunto e retornavam para a queixa <strong>do</strong>scomportamentos ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s <strong>de</strong> F2. Quan<strong>do</strong> a terapeuta direcionava a pergunta paraF2, prontamente alguém da família respondia por ela. Isto levou a terapeuta a concluirque provavelmente F2 não tinha um espaço próprio <strong>de</strong>ntro da família que ela pu<strong>de</strong>sseconstruir que não fosse o <strong>de</strong> “<strong>do</strong>ente”.Outro aspecto que contribuiu para essa conclusão da terapeuta foi que F2também não tinha um lugar físico que pu<strong>de</strong>sse ocupar e chamar <strong>de</strong> seu, pois na rotina damenina ela ficava boa parte <strong>do</strong> tempo na casa <strong>do</strong>s avós. Na casa em que residia tambémnão possuía um espaço individual seu. A configuração familiar e o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>spapéis apresentavam-se como algo confuso, já que, por exemplo, a criança parecia nãocontar com uma figura que <strong>de</strong>sempenhasse claramente a função paterna, apontan<strong>do</strong> paraaspectos que po<strong>de</strong>riam ser trabalha<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> atendimento familiar. A partir <strong>de</strong> umreferencial winnicottiano, ao se observar o grupo familiar no setting terapêutico,enten<strong>de</strong>-se que este não conseguia ofertar o ambiente suficientemente bom necessárioao <strong>de</strong>senvolvimento saudável, com a queixa em relação à criança apontan<strong>do</strong> para umaligação com esta dinâmica familiar.Consi<strong>de</strong>rações finaisAo se retomar os conceitos teóricos pertinentes à experiência aqui apresentada ediscutida, po<strong>de</strong>-se afirmar que <strong>Winnicott</strong> enfatizou, ao longo <strong>de</strong> sua obra, a importância<strong>do</strong>s primeiros vínculos estabeleci<strong>do</strong>s no contato mãe-bebê para uma construçãosaudável <strong>do</strong> psiquismo infantil assim como seu <strong>de</strong>senvolvimento enquanto serautônomo. No início <strong>de</strong> sua vida o bebê passa por um processo <strong>de</strong> simbiose com a mãe,no qual não i<strong>de</strong>ntifica quais os limites entre o seu corpo e o <strong>de</strong>la. Segun<strong>do</strong> <strong>Winnicott</strong>, éapenas com um ambiente propício para seu <strong>de</strong>senvolvimento, que o bebê terápossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver e se diferenciar da mãe, crian<strong>do</strong> sua própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(CHAVES, 2002).Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>68

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