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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálise(1997) “A gestação traz a tona aspectos <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong> Édipo da mulher que ficaramno passa<strong>do</strong>, mas que são revivi<strong>do</strong>s com toda intensida<strong>de</strong> neste momento.” (p. 08)É importante ressaltar que o perío<strong>do</strong> da gestação caracteriza-se como uma etapa<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> transformação, física e psíquica, tanto para a mulher quanto para o bebê.Durante a espera <strong>do</strong> filho, a futura mãe irá fazer uma reorganização da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>forma que, a mulher agora não será apenas filha e/ou esposa, mas também se tornaramãe.Esta nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> tem um gran<strong>de</strong> peso social e, este recai sobre a futura mãesen<strong>do</strong> o gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> muitas dúvidas, como por exemplo, se terá capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidarfísica e psiquicamente <strong>do</strong> bebê, e também a preocupação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar-se com este filhoque ira nascer. To<strong>do</strong>s estes receios são inconscientes, mas, revolucionam os sentimentosda futura mãe.Observa-se também que além <strong>de</strong>stes receios e fantasias, é comum que asgestantes nutram pensamentos em torno <strong>do</strong> me<strong>do</strong> diante da possibilida<strong>de</strong> daprematurida<strong>de</strong> e/ou malformação, bem como que o bebê nasça morto ou que não seja obebê i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong>-se observar que o papel <strong>do</strong> psicólogo é escutar os anseiosmaternos para assim po<strong>de</strong>r proporcionar á gestante uma gradativa elaboração <strong>de</strong>stesconflitos.Como exemplo <strong>do</strong> que foi <strong>de</strong>scrito acima, vejamos o caso <strong>de</strong> uma gestante E.A.P36 anos, primeira gestação, diagnóstico <strong>de</strong> miomatose uterina. A gestante relata seusme<strong>do</strong>s diante da possibilida<strong>de</strong> da malformação fetal, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos micromiomas presentesem seu útero, dizen<strong>do</strong>: “quero ver se ele tem algum problema físico, se os miomasfizeram alguma coisa com ele” (sic). Tais fantasias tem origem a partir das explicaçõesmédicas, que haviam lhe explica<strong>do</strong> que o mioma “suga” o útero, dificultan<strong>do</strong> assim ocrescimento normal <strong>do</strong> útero necessário para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> bebê, a mesmaimaginava “o que os miomas estão fazen<strong>do</strong> com meu menino” (sic).Essa paciente contava que nas primeiras ultrassonografias não conseguia ver obebê, visualizan<strong>do</strong> apenas os miomas, mas ao longo da gestação foi possível ver o bebêe já quase no final da gestação ela dizia que ele estava na frente <strong>do</strong>s miomas e ficavamuito feliz, ressaltan<strong>do</strong> “meu menino é muito valente, está conquistan<strong>do</strong> o seu espaçono útero, tá mostran<strong>do</strong> para os miomas que quem manda ali é ele” (sic). Caron (p. 124)afirma “a capacida<strong>de</strong> procria<strong>do</strong>ra dá à mulher um sentimento <strong>de</strong> força, po<strong>de</strong>r e posse e ocontrole sobre a vida e a morte <strong>de</strong> um ser cuja existência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> estreitamente <strong>de</strong>la.”Vemos então que a gestação traz para a mulher um sentimento <strong>de</strong> “po<strong>de</strong>r” diante àUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>123

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