12.07.2015 Views

Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálisecaminhada. Deste mo<strong>do</strong>, o analista po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a natureza <strong>do</strong> distúrbio psíquico,pois esta é relacionada com o ponto <strong>de</strong> origem <strong>do</strong> mesmo, na linha <strong>de</strong> amadurecimento.A <strong>do</strong>ença, segun<strong>do</strong> <strong>Winnicott</strong>, refere-se ao “sentimento <strong>de</strong> segurança” que “não chegoua tempo na vida da criança para que fosse incorpora<strong>do</strong> às suas crenças” (WINNICOTTapud DIAS, 2007, p. 7).Assim, <strong>Winnicott</strong> nos propõe a pensar, ao iniciar uma análise: “quão pouco énecessário ser feito?”, ao invés <strong>de</strong> “quanto se <strong>de</strong>ve fazer?”, justamente por se tratar dareconstrução <strong>de</strong> um ambiente confiável para que haja uma retomada <strong>do</strong> ponto em que oamadurecimento foi interrompi<strong>do</strong>. A teoria winnicottiana é maturacional, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>que cabe ao analista consertar a falha ambiental sofrida pelo paciente. Os distúrbios -que não são mais interpreta<strong>do</strong>s como interpsíquicos, como são para Freud e Klein - sãoambientais. O paciente pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> uma perturbação da existência, e não mais <strong>de</strong> reaçõesa conflitos entre <strong>de</strong>sejo e objeto. A <strong>do</strong>ença é a imaturida<strong>de</strong>, uma vez que saú<strong>de</strong> significater a ida<strong>de</strong> emocional compatível à ida<strong>de</strong> biológica. Apesar <strong>de</strong> parecer simples, estatarefa se constitui em uma das mais difíceis para o analista: a <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir a ida<strong>de</strong>emocional <strong>do</strong> seu paciente em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a linha <strong>do</strong>amadurecimento pessoal.Isto posto, fica a questão: E o analista, o que po<strong>de</strong> fazer? Penso que, emprimeiro lugar, cabe ao analista enten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente. Aquilo <strong>de</strong> que elenecessitava e não teve, para que assim possa restituir a confiança no ambiente. Alémdisso, é preciso que o analista esteja atento para as mutações que esta necessida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>sofrer. Somente <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> o objetivo da terapia po<strong>de</strong> ser possível: ajudar o paciente atornar-se si-mesmo, se relacionar com os outros através <strong>de</strong> um si-mesmo e po<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>ecer assim, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que o sentimento <strong>de</strong> si-mesmo é uma conquista. “Écerto que a capacida<strong>de</strong> terapêutica <strong>do</strong> analista – cujo paradigma é a mãe suficientementeboa – não repousa em um saber puramente intelectual, mas sobretu<strong>do</strong> em suasensibilida<strong>de</strong> pessoal e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntificar com o paciente e compreen<strong>de</strong>r assuas necessida<strong>de</strong>s” (DIAS, 2003, p. 48).Para enten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento, oanalista precisa se nortear através da força <strong>do</strong> ego que o paciente apresenta. O analistaprecisa <strong>de</strong> empatia. Empatia com o sofrimento alheio. Reporto-me à Cecília Meireles,que tão bem escreveu, para fazer uma comparação com o papel <strong>do</strong> analista:Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>147

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!