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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálisehermenêutica, marxismo, fenomenologia, existencialismo, entre outras, em diálogos quese alternaram entre momentos <strong>de</strong> apoio e momentos <strong>de</strong> contun<strong>de</strong>ntes questionamentos.Em uma análise <strong>do</strong>s embates teóricos enfrenta<strong>do</strong>s pela psicanálise ao longo <strong>de</strong>sua história, Bleichmar, em seu livro A psicanálise <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Freud, nomeia esse campo<strong>de</strong> análise como “zona” epistemológica externa e propõe que, como ciência, apsicanálise no nível <strong>do</strong> conhecimento é confrontada em mais duas outras “zonas”,<strong>de</strong>nominadas por ele <strong>de</strong> “zonas internas”. A primeira “zona interna” é relativa àconvivência entre a psicanálise e áreas afins, como a psiquiatria e a psicologia. Segun<strong>do</strong>ele, foi <strong>do</strong> diálogo entre essas três áreas que as aproximações e dissensões ocorridas, emtermos teórico e clínico, entre os pensa<strong>do</strong>res da psicanálise, afilia<strong>do</strong>s e admira<strong>do</strong>resaconteceram. Ainda que haja uma extensa lista <strong>de</strong> exemplos para ilustrar essa situação,menciono aqui a dissensão <strong>de</strong> Jung, o enfoque culturalista, as críticas <strong>de</strong> Piaget, aconcepção humanista <strong>de</strong> Carl Rogers, o rompimento <strong>de</strong> Fritz Perls e o nascimento daGestalt-terapia, a reflexologia pavloviana, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> pensamento biológicocomo base <strong>do</strong> a<strong>do</strong>ecimento e mais recentemente as pesquisas em neurociências.Na segunda “zona interna” estão agrupa<strong>do</strong>s os teóricos envolvi<strong>do</strong>s com osproblemas epistemológicos <strong>de</strong>correntes da concordância ou discordância com a herançafreudiana. Portanto, aqueles psicanalistas que investigam, pesquisam e trabalham parapromover o <strong>de</strong>senvolvimento da teoria e da clínica movi<strong>do</strong>s pela preocupação <strong>de</strong>compreen<strong>de</strong>r a diversida<strong>de</strong> teórica e <strong>de</strong> manter a unida<strong>de</strong> da área. Nesse grupoencontram-se “os analistas clássicos e os pós-freudianos, como Melanie Klein,Hartmann, Lacan, <strong>Winnicott</strong> e o grupo britânico, o movimento latino-americano ou,mais recentemente, Mahler, Kohut e Kernberg, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s” (BLEICHMAR,1992, p. 402).Orientada por essa classificação, <strong>de</strong>fino que o foco <strong>de</strong>ste trabalho é elucidar asquestões relativas à “segunda zona interna”, por consi<strong>de</strong>rar que, em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>sproblemas aconteci<strong>do</strong>s nessa zona, o reconhecimento e a a<strong>de</strong>são ao pensamento <strong>de</strong><strong>Winnicott</strong> no continente americano tenham ocorri<strong>do</strong> tardiamente.É <strong>de</strong> conhecimento geral que as concordâncias e polêmicas acontecidas entre osteóricos agrupa<strong>do</strong>s na segunda “zona interna” têm promovi<strong>do</strong> crises, rompimentos, mastambém gera<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentos para a psicanálise. Sabe-se também que a penetração<strong>do</strong>s novos entendimentos teóricos alcança<strong>do</strong>s pela psicanálise aconteceu <strong>de</strong> formadiferente em solo europeu e americano. Na Europa, após um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> contestação dasi<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Freud, tanto a psiquiatria biológica como a vertente antropológica-existencialUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>33

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