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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanáliseda psiquiatria se distanciaram <strong>do</strong> confronto direto com a psicanálise. Dessa forma, o<strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento das questões relativas à área centrou-se no interior <strong>do</strong> movimentopsicanalista, prevalecen<strong>do</strong>, após um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> discussão provocada pelas i<strong>de</strong>iaskleinianas, uma posição separatista que faz com que, ainda hoje, o continente estejadividi<strong>do</strong> entre os freudianos, os lacanianos, os a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong> M. Klein e os segui<strong>do</strong>res <strong>do</strong>grupo britânico in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s o percurso da psicanálise como área <strong>de</strong> conhecimento epesquisa seguiu um percurso particular. Assim que divulgadas, as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Freudalcançaram especial interesse por parte da psiquiatria, área médica que estava envolvidaem uma acirrada disputa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> com a neurologia. Como forma <strong>de</strong> estabelecer-secomo campo da medicina reconheci<strong>do</strong> e distinto da área concorrente, a psiquiatriaamericana afastou-se da pesquisa biológica e <strong>do</strong> tratamento medicamentoso, a<strong>de</strong>rin<strong>do</strong> àtécnica psicanalítica como práxis clínica. A a<strong>de</strong>são foi <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m que entre os anos 40e 70 <strong>do</strong> século XX a formação em psicanálise se tornou obrigatória para os médicospsiquiatras e o tratamento analítico prescrito como única forma <strong>de</strong> tratamento para osdistúrbios psíquicos. Centra<strong>do</strong>s nas premissas freudianas, os psicanalistas americanospermaneceram fiéis à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que <strong>de</strong> pacientes não neuróticos não po<strong>de</strong>riam seranalisa<strong>do</strong>s. Pouco interesse havia para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> pacientes psicóticos e antissociais.Da<strong>do</strong> esse cenário, nessa época, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, os confrontos epistemológicos daprimeira “zona interna” aconteciam apenas com a área da psicologia.Levan<strong>do</strong> em conta aspectos relativos à segunda zona interna, vale <strong>de</strong>stacar que adivisão entre M. Klein e A. Freud ocorrida na socieda<strong>de</strong> britânica na década <strong>de</strong> 40 tevegran<strong>de</strong> repercussão nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, resultan<strong>do</strong> em uma persistente antipatia datradição psicanalítica americana à contribuição <strong>de</strong> M. Klein, autora cuja teoria foi, pormuito tempo, totalmente ignorada. Em <strong>de</strong>corrência disso, o trabalho <strong>de</strong> A. Freud foimais difundi<strong>do</strong> naquele país e a <strong>de</strong>dicação ao pensamento <strong>de</strong> Freud vigoroupre<strong>do</strong>minante até por volta <strong>de</strong> 1980 (cf. MITCHELL e BLACK, 1995, p. 85). Alémdisso, os psicanalistas americanos transferiram a animosida<strong>de</strong> nutrida por Klein tantopara os teóricos que aceitavam as inovações da psicanalista como para aqueles quefaziam parte <strong>do</strong> grupo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte britânico, entre os quais estavam <strong>Winnicott</strong>,Fairbain, Balint, Bolwby e Guntrip. Conheci<strong>do</strong>s como teóricos das relações objetais,esses psicanalistas enfrentaram importante rejeição entre os anos 50 e 70 em razão <strong>de</strong>esse enfoque ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>de</strong>svio <strong>do</strong> pensamento psicanalítico tradicional. Po<strong>de</strong>sedizer que foi a conjunção <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s esses fatores que retar<strong>do</strong>u a penetração da correnteUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>34

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