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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseNo início, a totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> atendências herdadas tremendamente vitais em direção ao<strong>de</strong>senvolvimento – à integração, ao crescimento: a coisa que um dia faza criança querer andar e assim por diante. Se houver uma provisãoambiental satisfatória, essas coisas ocorrem com a criança. Porém, se oambiente facilita<strong>do</strong>r não for satisfatório, rompe-se a linha da vida e astendências herdadas, muito po<strong>de</strong>rosas, não po<strong>de</strong>m levar a criança àplenitu<strong>de</strong> pessoal (1996, p. 113).Para <strong>Winnicott</strong>, a maneira como se dá o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>indivíduo é <strong>de</strong>terminada pelo tipo <strong>de</strong> ambiente no qual se está inseri<strong>do</strong> e aspossibilida<strong>de</strong>s que este oferece ao indivíduo para lidar com possíveis dificulda<strong>de</strong>s aolongo <strong>do</strong> processo. No caso <strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> abuso sexual, a linha <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento é seguramente comprometida ou até mesmo interrompida. Isso se dáuma vez que o cenário <strong>do</strong> abuso sexual serve como indicativo <strong>de</strong> que algo nesteambiente falhou e o indivíduo acabou sen<strong>do</strong> exposto a este tipo <strong>de</strong> experiência namaioria das vezes vivida como agressiva e invasiva.Diante <strong>de</strong>sta situação, é pertinente resgatar a noção <strong>de</strong> trauma para <strong>Winnicott</strong>que se remete exatamente a esse tipo <strong>de</strong> vivência <strong>do</strong> indivíduo, uma vez que mediantesuas observações clínicas, <strong>Winnicott</strong> pô<strong>de</strong> perceber que o trauma seria como umaruptura na linha da vida.Um trauma é aquilo contra o que um indivíduo não possui<strong>de</strong>fesa organizada, <strong>de</strong> maneira que um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> confusãosobrevém, segui<strong>do</strong> talvez por uma reorganização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas,<strong>de</strong>fesas <strong>de</strong> um tipo mais primitivo <strong>do</strong> que as que eramsuficientemente boas antes da ocorrência <strong>do</strong> trauma.(FULGENCIO, 2004, p. 264)Assim, diante da experiência traumática, o indivíduo se vê obriga<strong>do</strong> a lidar comum fenômeno que até então não estava prepara<strong>do</strong>, pois seu ambiente provia suasnecessida<strong>de</strong>s. Como consequência tem-se tanto a preservação quanto a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>si mesmo comprometida.O trauma po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> no cenário <strong>do</strong> abuso sexual como se o ambientehouvesse falha<strong>do</strong> e, <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong>, per<strong>de</strong> a confiabilida<strong>de</strong> que antes o indivíduo tinhaneste ambiente. Assim, “esse tipo <strong>de</strong> falha po<strong>de</strong> levar a criança, por exemplo, a exigirque o ambiente volte a ser confiável, atacan<strong>do</strong> esse ambiente na esperança <strong>de</strong> que este asustente ou ainda, [...] uma perda quase que <strong>de</strong>finitiva da confiança e da esperança,perda da “fé em ...” (FULGENCIO, 2004).Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>165

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