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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanálisecontratransferencial, para a conscientização <strong>do</strong> que foi senti<strong>do</strong> no momento <strong>de</strong> cadaentrevista, toman<strong>do</strong>-os como elementos <strong>de</strong> análise.Os cinco casais entrevista<strong>do</strong>s cooperaram nos encontros. Percebi que havia um<strong>de</strong>sconforto inicial vin<strong>do</strong> da própria situação familiar alterada, em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>diagnóstico e da entrada da criança na instituição <strong>de</strong> atendimento especializa<strong>do</strong>. Através<strong>do</strong>s fragmentos das entrevistas foi possível observar que fui implica<strong>do</strong> em meu duplopapel <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>ra e clínica. Essa maneira <strong>de</strong> fazer pesquisa solicita constantementea participação ativa <strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r em todas as fases <strong>do</strong> processo e o envolvimento <strong>de</strong>sua própria subjetivida<strong>de</strong> no encontro com os participantes que colaboraram com asentrevistas e com o material clínico coleta<strong>do</strong>. A dinâmica das entrevistas permitiu entrarem contato com os fenômenos transferecenciais e contratransferenciais que <strong>de</strong>correm daexistência <strong>do</strong> inconsciente.Sentia-me envolvida no universo das famílias, buscan<strong>do</strong> oferecer um espaço <strong>de</strong>holding às angústias <strong>do</strong>s casais, para que eles pu<strong>de</strong>ssem se dar conta <strong>do</strong> sofrimentovivi<strong>do</strong>. A confiança estabelecida com o clínico que trabalha com a consulta terapêuticabusca <strong>de</strong>spertar a esperança <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s, peça chave para um caminho <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Nocaso da pesquisa que estou narran<strong>do</strong>, esse foi um ponto fundamental, pois percebi, aolongo das entrevistas, o <strong>de</strong>sânimo vivencia<strong>do</strong> pelo casal que luta para encontrar sinais<strong>de</strong> que estão toman<strong>do</strong> atitu<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas na melhora <strong>do</strong> filho.O casal 1 manifestou suas angústias concernentes ao comportamento <strong>do</strong> filho.O mari<strong>do</strong>, que muitas vezes parecia sem vigor enquanto figura <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>,fragiliza<strong>do</strong> diante da condição da criança e também da figura forte e crítica da esposa,expressou sentimentos, no espaço da entrevista, os quais não tinham si<strong>do</strong> possíveisexprimir, na relação <strong>de</strong> ambos:Até é uma coisa que eu não tinha fala<strong>do</strong> pra ela ainda... àsvezes, eu evito <strong>de</strong> tirar ele <strong>de</strong> perto <strong>de</strong>la, porque ele não gosta...aí ele começa a bater a cabeça no chão... às vezes, ele bate... ese bate... mas isso não é muito, não... às vezes, ele bate umavez... aí eu já <strong>de</strong>ixo pra lá (João, casal 1)Com isso, surgiu também um espaço para a emergência <strong>do</strong> não-dito no casal,que po<strong>de</strong> ser fundamental para favorecer reflexões sobre as situações vivenciadas,aliviar as angústias <strong>de</strong> cada um, clarifican<strong>do</strong> para o outro e para si mesmo o que sesente, e fortalecer os papéis <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong>s por cada membro, na dinâmica familiar.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>56

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