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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanáliseraramente discutem por algo. A mãe <strong>de</strong> C. interfere ativamente em sua vida, toman<strong>do</strong>várias <strong>de</strong>cisões por ela, interferin<strong>do</strong> até em suas escolhas amorosas. A mãe sempre quisque ela conseguisse um namora<strong>do</strong> rico e “bom parti<strong>do</strong>”, chegan<strong>do</strong> até fazer C. terminaro relacionamento com um rapaz que gostava muito por afirmar que ele não serianinguém na vida por não ter concluí<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s. A hipótese estabelecida foi <strong>de</strong> que amãe <strong>de</strong> C. gostaria que esta encontrasse um namora<strong>do</strong> que protegesse as duas, tanto mãecomo filha. Além <strong>de</strong>sta relação simbiótica atrapalhar os relacionamentos <strong>de</strong> C. tambématrapalhava os relacionamentos <strong>de</strong> sua mãe, como foi visto quan<strong>do</strong> C. disse que sentepelos relacionamentos da mãe não terem da<strong>do</strong> certo, e que acredita que isto aconteceuporque a mãe na época tinha uma filha pequena e os homens não a aceitaram. Mãe efilha nunca permitiram a inserção <strong>de</strong> um terceiro elemento neste relacionamento portalvez acreditarem que isso abalaria a relação, e alguma das duas se sentiria excluída oumenos amada.A simbiose das duas sempre se mostrou muito forte, e inicialmente, com umainiciativa da mãe <strong>de</strong> tentar separá-la <strong>de</strong> seu pai. C. relatava que quan<strong>do</strong> criança a mãepensava que ela fosse morrer, por conta das <strong>do</strong>enças respiratórias que apresentava, e aafastava <strong>de</strong> todas as pessoas, inclusive <strong>de</strong> seu pai. Por este fato, C. pensava que o painão gostasse <strong>de</strong>la, mas <strong>de</strong>pois percebeu que foi a mãe que o havia afasta<strong>do</strong>.Por conta da simbiose apresentada com a mãe, C. apresentava algunscomportamentos regredi<strong>do</strong>s, tais como procurar sempre o colo da mãe e pedir carinho, eficar na cama da mãe até a hora que o sono aparecesse. Para <strong>Winnicott</strong> (1954/1978) aregressão é o oposto da progressão e se refere à fase em que a criança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>absolutamente <strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s maternos, mas não os reconhece como advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong>exterior. Ele <strong>de</strong>nomina isso <strong>de</strong> dupla <strong>de</strong>pendência, pelo fato <strong>de</strong> o bebê <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong>scuida<strong>do</strong>s maternos e <strong>de</strong>sconhecer a origem <strong>de</strong>les. Mais tar<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> o self está mais<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> e o ego fortaleci<strong>do</strong>, ocorre a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência relativa, rumo ain<strong>de</strong>pendência, e então os cuida<strong>do</strong>s maternos serão gradativamente retira<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com a tolerância <strong>do</strong> bebê. C. se mostrava uma pessoa regredida a essa <strong>de</strong>pendência damãe. <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong>fine regressão como a volta <strong>do</strong> ponto em que o amadurecimento <strong>do</strong>self foi interrompi<strong>do</strong>, num estágio anterior ao estabelecimento <strong>de</strong> si mesmo comoentida<strong>de</strong>. No passa<strong>do</strong> ocorreu a falha materna, que assumiu o caráter <strong>de</strong> invasão emobiliou a reação <strong>do</strong> bebê para se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ameaças <strong>de</strong> aniquilamento. Este fato levaa dissociação <strong>do</strong> núcleo <strong>do</strong> self <strong>do</strong>s elementos <strong>de</strong>fensivos e o leva a se tornar um falsoself submisso ao ambiente, interrompen<strong>do</strong> o processo natural <strong>de</strong> “vir a ser” <strong>do</strong> bebê.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>79

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