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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanáliseinconscientemente, através <strong>de</strong>sse comportamento, mostrar que estava reivindican<strong>do</strong> umpagamento da dívida <strong>de</strong>la para com ele (WINNICOTT, 1997). O ato simbólico ficaevi<strong>de</strong>nte principalmente por ele não ter ti<strong>do</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> gastar o dinheiro, somente <strong>de</strong>“pegar”, ou, em outros termos, trazer para perto <strong>de</strong> si.Como se po<strong>de</strong> perceber, o ato <strong>de</strong> Marcos foi algo que é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> antissocial.Além <strong>de</strong>sse episódio <strong>do</strong> “roubo” da mãe, o a<strong>do</strong>lescente ultimamente está dizen<strong>do</strong> muitasmentiras, a várias pessoas. Toda vez que ele não consegue sair <strong>de</strong> uma situação, algoque para ele é ou po<strong>de</strong> se tornar aversivo, ele “escapa” com uma mentira. Seja parasimplesmente agradar a pessoa com quem conversa, seja para se livrar <strong>de</strong> uma bronca.Estes atos, por pequenos que possam ser, também po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>scomportamentos antissociais, ou seja, no mínimo não é a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para as relações queele estabelece.Como afirma <strong>Winnicott</strong>,a tendência antissocial está inerentemente ligada à privação [...] po<strong>de</strong>-sedizer que as coisas iam bem, mas, <strong>de</strong> repente, começaram a não ir tãobem assim. Ocorre uma modificação que altera a vida inteira da criança,e essa modificação ambiental acontece quan<strong>do</strong> a criança já tem ida<strong>de</strong>suficiente para enten<strong>de</strong>r as coisas. (WINNICOTT, 1989, p. 82)Po<strong>de</strong>-se dizer, a respeito <strong>de</strong>ssas palavras <strong>de</strong> <strong>Winnicott</strong>, que os da<strong>do</strong>s da história<strong>de</strong> Marcos mostram que ele viveu com pai e mãe até a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 anos,aproximadamente, ida<strong>de</strong> que, pensan<strong>do</strong> nas palavras <strong>de</strong> <strong>Winnicott</strong>, ele já começava aenten<strong>de</strong>r as coisas. A partir <strong>de</strong>ssa ida<strong>de</strong>, ocorreu <strong>de</strong> o pai ter i<strong>do</strong> embora <strong>de</strong> casa, e entãoele passou a ficar, como já foi explicita<strong>do</strong>, ora com a mãe, ora com o pai. A partir <strong>de</strong>ssafase é que ele conta, hoje, que não tinha muito mais os cuida<strong>do</strong>s da mãe, nem mesmosua atenção. Conta que a mãe saía com as amigas e o <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> la<strong>do</strong>, ou que mesmoquan<strong>do</strong> estava em casa, não parecia ter tempo para ele, sempre encontran<strong>do</strong> outrasativida<strong>de</strong>s, como usar o computa<strong>do</strong>r, entre outras ocupações. Esse ambiente, que paraele era um tanto fragmenta<strong>do</strong>, acabava por nem sempre ser suficientemente bom, sen<strong>do</strong>então essa criança às vezes privada <strong>de</strong> atenção, carinho e cuida<strong>do</strong>s, provavelmente (<strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s referentes à sua história). Assim, po<strong>de</strong>-se repetir o que <strong>Winnicott</strong>afirmou: “po<strong>de</strong>-se dizer que as coisas iam bem, mas, <strong>de</strong> repente, começaram a não irtão bem assim” e argumentar que, a partir <strong>de</strong> então, o ambiente não lhe dava mais osuporte tão necessário para seu <strong>de</strong>senvolvimento emocional.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>98

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