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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanáliseda vida social. Concomitantemente, a mãe se enfurecia com tais questões, mas pareciatambém se interrogar se ela mesma po<strong>de</strong>ria ter prejudica<strong>do</strong> a própria filha.Desempenhei uma função <strong>de</strong> facilita<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>ssa comunicação, evitan<strong>do</strong> emitir opiniões emostran<strong>do</strong>-me presente com esses pais nas suas incertezas, na aflição <strong>do</strong> pai e nasinúmeras dúvidas da mãe, reconhecen<strong>do</strong> que algumas perguntas ainda não podiam serrespondidas. A entrevista parece ter funciona<strong>do</strong> como um momento <strong>de</strong> catarse,especialmente para a mulher, que evocou, reviveu e <strong>de</strong>scarregou afetos liga<strong>do</strong>s asituações recentemente vivenciadas ao autismo, o que não <strong>de</strong>ixou espaço para oconjugal.Um espaço <strong>de</strong> holdingDessa maneira, trabalhamos com o conceito <strong>de</strong> holding que permeou osencontros com os casais. Esperava-se que, através <strong>do</strong> holding ofereci<strong>do</strong>, o casal pu<strong>de</strong>ssecomeçar a se <strong>de</strong>parar com as próprias dúvidas, com a <strong>de</strong>manda construída nessesencontros e, talvez, entrar em um movimento <strong>de</strong> criação. A hipótese inicial era <strong>de</strong> queesse espaço pu<strong>de</strong>sse acolher o casal e oferecer possibilida<strong>de</strong>s para compreensão <strong>de</strong>conflitos, o que consi<strong>de</strong>ramos ter ocorri<strong>do</strong>. O holding é a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentaçãoemocional da mãe com seu bebê, vivência que buscamos oferecer, pelo suportepsicológico (MARQUES; ARRUDA, 2007), disponibiliza<strong>do</strong> na entrevista, ancorada nométo<strong>do</strong> da consulta terapêutica, com os casais, acolhen<strong>do</strong> as experiências afetivas.Enfim, chegamos a consi<strong>de</strong>rar que a entrevista permitiu refletir sobre algumasmudanças necessárias: houve troca <strong>de</strong> informações entre os membros <strong>do</strong> casal, quefuncionou como um espaço <strong>de</strong> comunicação das angústias ou conflitos oriun<strong>do</strong>s dacondição <strong>do</strong> filho. Observaram-se alguns aspectos importantes: o espaço da entrevistateve seu efeito terapêutico quan<strong>do</strong> os pais recontaram a história familiar e assimrefletiram brevemente sobre ela; funcionou para comunicações particulares que aindanão tinham ocorri<strong>do</strong> entre os membros <strong>do</strong> casal; falaram sobre situações angustiantesvivenciadas por cada um na sua subjetivida<strong>de</strong>, relacionadas à condição da criança.Pensamos que a entrevista aten<strong>de</strong>u tanto ao propósito <strong>de</strong> investigação sobre oque a condição da criança gera no casal, quanto a servir <strong>de</strong> ambiente acolhe<strong>do</strong>r paraoutros temas emergirem. Apesar <strong>de</strong> termos conserva<strong>do</strong> certa homogeneida<strong>de</strong>, em nossaamostra, notamos que cada casal tem sua singularida<strong>de</strong>. A intimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada sujeito semanifesta <strong>de</strong> formas particulares, na escolha <strong>do</strong>s parceiros, na constituição <strong>do</strong>s casais.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>58

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