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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da PsicanáliseEsses fenômenos surgem a partir <strong>do</strong>s quatro meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e estão vincula<strong>do</strong>sà forma <strong>de</strong> pensar e fantasiar <strong>do</strong> bebê. Quan<strong>do</strong> a criança elege um objeto, esse se torna oobjeto transicional, normalmente os pais reconhecem o valor <strong>de</strong>sse objeto e passam alevá-lo aon<strong>de</strong> a criança vai. A mãe permite que ele fique sujo, pois sabe que todas ascaracterísticas – cheiro, textura – são importantes para o sentimento <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> naexperiência <strong>do</strong> bebê. Po<strong>de</strong>m ser um paninho, boneco, uma palavra (balbuciar), umgesto, algo que se torna essencial ao bebê, principalmente no momento <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir.Constitui uma importante <strong>de</strong>fesa contra a ansieda<strong>de</strong> (WINNICOTT, 1975).O objeto normalmente é apresenta<strong>do</strong> pela mãe e a criança o elege como sen<strong>do</strong>seu o objeto que a representa, porém o mais importante <strong>de</strong>ssa experiência não é acriança saber que o objeto representa sua mãe, mas sim que a criança saiba que o objetonão é sua mãe e a partir daí consiga construir formas <strong>de</strong> lidar com a falta. Nessemomento o bebê já é capaz <strong>de</strong> distinguir fantasia da realida<strong>de</strong>, objetos internos <strong>de</strong>objetos externos. Torna-se capaz <strong>de</strong> aceitar diferenças e similarida<strong>de</strong>s das relações que ocercam (WINNICOTT, 1975).Algumas características são inerentes ao objeto transicional: no início o objetoé acaricia<strong>do</strong>, mas <strong>de</strong>ve também sobreviver às mutilações a que for exposto; só <strong>de</strong>ve sermuda<strong>do</strong> pela manipulação <strong>do</strong> bebê, dan<strong>do</strong> a ele a impressão <strong>de</strong> ter vida e realida<strong>de</strong>própria; <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> bebê este fenômeno não está situa<strong>do</strong> em seu interior e nemno exterior (KHAN, 2000).O objeto que é transicional representa a transição da criança <strong>de</strong> um esta<strong>do</strong> emque está “fundi<strong>do</strong>” com a mãe para um esta<strong>do</strong> que se relaciona a algo externo esepara<strong>do</strong> <strong>de</strong>le. Com o tempo o objeto transicional é naturalmente “<strong>de</strong>sinvesti<strong>do</strong>”, per<strong>de</strong>seu senti<strong>do</strong> e é <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> ao limbo. O objeto transicional auxilia a criança a sustentar suarealida<strong>de</strong> interna e ajuda no processo <strong>de</strong> diferenciação <strong>do</strong> eu (KHAN, 2000).Khan apud <strong>Winnicott</strong> (2000) ressalta a importância da diferenciação entre orelacionamento com o objeto e seu uso, em que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar o objeto é maissofisticada <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> relacionar-se com ele; uma vez que essa relação é estabelecidacom objetos subjetivos enten<strong>de</strong>-se que este objeto se torna algo externo, ou seja,separa<strong>do</strong> da criança.Para <strong>Winnicott</strong> (2000), o objeto está em constate <strong>de</strong>struição e isso faz com queele se torne a base <strong>do</strong> amor inconsciente pelo objeto real, pois este objeto está fora <strong>do</strong>controle onipotente <strong>do</strong> sujeito. O valor positivo da <strong>de</strong>strutivida<strong>de</strong> é a sobrevivência <strong>do</strong>Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>105

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