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Anais do II Simpósio Winnicott de Londrina - BVS Psicologia ...

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> <strong>II</strong> Simpósio <strong>Winnicott</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> - <strong>Winnicott</strong> na história da Psicanáliseuma crença no processo <strong>de</strong> amadurecimento humano. Essa crença está, certamente,incluída no crescimento para menor.Ao crescer para menor, o analista começa a ter claro que, tal comodisse <strong>Winnicott</strong>, existe algo em psicoterapia que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scritoem termos <strong>de</strong> interpretação certa no momento certo. Ele estará atentopara reconhecer os casos em que será necessário <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> la<strong>do</strong> osofistica<strong>do</strong> saber que presidiu a sua formação, abdican<strong>do</strong> da esperteza,<strong>do</strong> brilhantismo ou da rapi<strong>de</strong>z com que ele é capaz <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r, e<strong>de</strong>volver, para o paciente, os sofistica<strong>do</strong>s nexos <strong>do</strong> inconscientereprimi<strong>do</strong>; limitar-se-á a acompanhá-lo, real e pessoalmente, ciente <strong>de</strong>que não há nada a fazer, a não ser facilitar um processo <strong>de</strong>amadurecimento que pertence ao paciente (2002, p. 358).Sabemos que, assim como os pacientes, também pa<strong>de</strong>cemos <strong>do</strong> cansaço que, àsvezes, a luta para continuar viven<strong>do</strong> nos impõe. Porém, apesar <strong>de</strong> estarmos cientes <strong>de</strong>nossa condição humana, falível e precária, se somos chama<strong>do</strong>s ao lugar <strong>de</strong> quem cuida,[...] Somos chama<strong>do</strong>s a sobreviver e dar prosseguimento à tarefa queassumimos. [...] Precisamos <strong>de</strong>ixar o outro ser como é e como po<strong>de</strong> ser,seja o que for que isso represente, e acompanhá-lo enquanto perdureessa possibilida<strong>de</strong>, por estreita que seja, sobreviven<strong>do</strong> aos esta<strong>do</strong>s quelhe são inerentes (DIAS, 2002, p. 355).Minha ex-analista, lacaniana, me disse, certa vez, que eu havia encontra<strong>do</strong> a mãeque perdi na teoria winnicottiana, assim como alguns haviam encontra<strong>do</strong> a lei e o limite<strong>do</strong> pai na teoria lacaniana. Talvez ela esteja certa. Talvez o meu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> conduzir oscasos nesta perspectiva - que enxerga tão essencialmente a relação mãe-bebê - e a buscapor uma terapeuta winnicottiana, me façam encontrar a mãe boa que perdi, e me dê,finalmente, esperanças para enfrentar a batalha <strong>do</strong> amadurecimento. Afinal, “A relaçãoterapêutica é uma forma especializada <strong>de</strong> cuidar <strong>de</strong> uma outra pessoa que tem a mesmanatureza que eu. Seja qual for o problema que aflige o paciente, estamos ambos nomesmo barco, lança<strong>do</strong>s, sem fundamento, na incumbência <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> continuar sen<strong>do</strong>”(DIAS, 2002, p. 354).A terapia winnicottiana nos proporciona esse resgate: ao ponto em que fomos<strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s à mercê da vida, à mãe suficientemente boa, agora na figura <strong>do</strong> analista, queestá atento às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> paciente e interessa<strong>do</strong> em seu progresso rumo ao simesmo.Oferecemos o peito, o colo, o leite e o banho nas temperaturas i<strong>de</strong>ais, aconversa, o sustento, a interpretação e o manejo. Se não é possível fazer análiseUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>150

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