12.05.2013 Views

Sagrada Familia de Jesús, María y José, Ciclos ... - Autores Catolicos

Sagrada Familia de Jesús, María y José, Ciclos ... - Autores Catolicos

Sagrada Familia de Jesús, María y José, Ciclos ... - Autores Catolicos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

a mentir, a lançar<br />

sem remorso nem asco um novo isco<br />

á espera que alguém morda<br />

e acredite nessa liturgia<br />

cujos <strong>de</strong>uses sao fáceis <strong>de</strong> adorar<br />

e obe<strong>de</strong>cem ás leis do mercado.<br />

“Falam <strong>de</strong>sse ludibrio a que chamam<br />

o futuro<br />

como se ele existiesse<br />

e as suas palavras ecoam<br />

en flatulentas frases<br />

sempre a favor do vento que as agita<br />

ao ritmo dos sorrisos ou das entrevistas<br />

em que tudo se ven<strong>de</strong><br />

por un preço acessivel: emoçoes<br />

&sexo$fama&outros prometidos<br />

paraísos terrestres em horario nobre<br />

-materia <strong>de</strong>ciclável<br />

alimentando o altar do esquecimento”<br />

(Fernando Pinto do Amaral).<br />

Con la muerte en el horizonte<br />

“Hoje apareceu um pombo morto no<br />

quintal. Nao fo o gato, que morreu<br />

antes <strong>de</strong>le num sábado sem sol, a nao<br />

querer ja a minha mao, a nao querer<br />

colo. Fiquei cansada: houve sempre<br />

Tantas mortes na minha vida –os<br />

Meus pais, tu, a menina pendurada no<br />

Meu seio, os meus irmaos- e, como<br />

O pombo, também estas asas ja vao<br />

Reclamando voos noutros ceus. ...<br />

(<strong>María</strong> do Rosario Pedreira, 1959)<br />

Desesperación<br />

“Quando eu morrer, nao digas a ninguem que for por ti.<br />

Cobre o meu corpo frio com um <strong>de</strong>sses lençois<br />

Que alagámos <strong>de</strong> beijos quando eram outras horas<br />

Nos relogios do mundo e nao havía ainda quem soubesse<br />

De nós; e leva-o <strong>de</strong>pois para junto do mara, on<strong>de</strong> possa<br />

Ser apenas más um poema –como esses que eu escrevia<br />

Assim que a madrugada se encostaba aos vidros e eu<br />

Tinha medo <strong>de</strong> me <strong>de</strong>itar só com a tua sombra. Deixa”.<br />

(<strong>María</strong> do Rosario Pedreira, 1959)<br />

32

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!