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Uma Epopeia entre o Sagrado e o Profano: - Estudo Geral ...

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historiográficos para a criação dos conjuntos corais. Invertendo, de certo modo, esta<br />

tendência, Elaine C. Block (2004 e 2010) voltou a colocar a tónica sobre o tema das<br />

misericórdias, estabelecendo, todavia, o levantamento mais completo destes elementos<br />

alguma vez realizado a nível europeu. À mesma autora pertence também a elaboração<br />

do primeiro léxico de cadeirais de coro, cujo exemplo deverá ainda ser seguido a nível<br />

nacional, tanto para os exemplares medievais como para os restantes, que não possuem<br />

ainda modelos taxonómicos que permitam uma designação normalizada das suas partes<br />

constituintes. Conscientes desta necessidade, alguns investigadores espanhóis, como<br />

María Dolores Teijera Pablos (2002), começaram já a estabelecer as bases de um<br />

glossário de designações aplicáveis a estes complexos conjuntos de mobiliário coral,<br />

justificando historicamente a utilização dos termos sugeridos. Alguns deles,<br />

devidamente adaptados, serviram de suporte à taxonomia por nós aplicada no estudo do<br />

cadeiral crúzio.<br />

A nível nacional, à parte certas referências, relevantes mas pontuais, de autores que<br />

foram incluindo apontamentos e observações acerca do cadeiral de Santa Cruz, como<br />

Albrecht Haupt (1890), Prudêncio Quintino Garcia (1923) – que é o primeiro a revelar o<br />

nome do autor da referida obra – Vergílio Correia (1930), António Nogueira Gonçalves<br />

(1940) e, mais recentemente, Pedro Dias (1982, 1997 e 2009) o primeiro estudo<br />

consistente sobre o cadeiral crúzio foi realizado por Robert Chester Smith (1968) e<br />

incluído no seu levantamento dos “Cadeirais de Portugal”, obra de referência para<br />

qualquer investimento inicial na área. Tratava-se, no entanto, de uma abordagem rápida<br />

que, pela própria natureza da obra em que se incluía, não se oferecia a mais<br />

desenvolvimentos. Desta forma, a primeira abordagem inequivocamente dirigida ao<br />

cadeiral enquanto conjunto iconográfico passível de uma leitura complexa acabou por<br />

ser empreendida por Monsenhor Augusto Nunes Pereira que, através do tratamento<br />

individual de alguns elementos decorativos, começava a desbravar o caminho para a<br />

compreensão do sentido e da mensagem do seu programa escultórico e, ao mesmo<br />

tempo, inferir sobre algumas questões relacionadas com a autoria e materialidade das<br />

próprias peças. Pese embora algumas irregularidades verificáveis ao nível da<br />

identificação e interpretação de motivos – um pequeno preço a pagar pelo empenho e<br />

pioneirismo do investimento, de resto, já previsto pelo próprio autor, que humildemente<br />

sujeitou o seu trabalho à avaliação dos vindouros – a preocupação com o rigor e a<br />

imparcialidade das observações está patente nos seus pequenos estudos que, em 1984,<br />

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