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ETAPA 1

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espécie nidifica no nosso país são relativamente extensas (>11 ha), pelo menos<br />

quando comparadas com as utilizadas em algumas regiões de Espanha, que podem<br />

ter uma dimensão inferior a 1 ha (Rosa et al., 2001). No estuário do Tejo a população<br />

nidifica em manchas de sapal, em 1991 foram confirmados 10 ninhos implantados em<br />

caniçais e outros 10 com a mesma possível localização (Costa et al., 1993). Procura<br />

alimento em águas pouco profundas, doces ou salobras, com vegetação aquática<br />

emergente densa, principalmente Phragmites, Typha e Scirpus, em sapais, pauis e<br />

pântanos (del Hoyo et al., 1994). Também frequenta habitats correspondentes, em<br />

margens de lagos e rios com fraco caudal, ou resultantes de inundações.<br />

Normalmente necessita de áreas contínuas de vegetação aquática, onde existe<br />

alimento em abundância. Caça ainda frequentemente em campos agrícolas (arrozais,<br />

campos de cereais de sequeiro, pousios, prados) nas imediações das zonas húmidas.<br />

É sem dúvida o acípiterídeo mais abundante do estuário do Tejo e que regista uma<br />

maior amplitude de utilização de biótopos (Leitão et al., 1998), a maior parte da<br />

população de águia-sapeira no Tejo caça na faixa de zonas abertas delimitadas a<br />

Norte pela estrada Vila Franca/Porto Alto e a Sul pela vila de Alcochete (Costa et al.,<br />

1993). Ocorre com maior abundância nos biótopos alagados (valas nas lezírias e<br />

sapal), mas também com muita frequência nas pastagens, forragem e cereal de toda a<br />

lezíria. Surge ainda nas zonas de vaza, salinas e caniçais (Leitão et al., 1998). Como<br />

outras espécies do mesmo género, passa a noite no solo ou sobre vegetação palustre.<br />

Fora da época de nidificação, dormem comunalmente, em dormitórios que podem<br />

atingir várias centenas de indivíduos (Del Hoyo et al., 1994). Em Portugal os<br />

dormitórios de Inverno localizam-se maioritariamente em caniçais de extensão<br />

considerável (>11 ha) que podem ser ocupados durante semanas consecutivas (Rosa<br />

et al., 1998). No estuário do Tejo apenas um dormitório (Mouchão do Lombo do Tejo)<br />

alberga regularmente mais de 10 aves (Costa et al., 1993).<br />

População: A espécie apresentou uma tendência populacional positiva. Foram<br />

efectuados dois censos da população nidificante (1990/1994 e 1998), em que o<br />

esforço de prospecção se pode considerar comparável, tendo-se observado um<br />

incremento de cerca de 40% (Fernandes et al., 1996, Rosa et al., em publ.). Este<br />

incremento deveu-se principalmente a um aumento de efectivo nos três núcleos<br />

principais para a espécie, nomeadamente os estuários do Tejo e Sado e a ria de<br />

Aveiro, e não a um aumento significativo da área de distribuição. Quanto à população<br />

invernante a tendência é idêntica, tendo sido observado um incremento muito<br />

significativo entre os dois censos realizados (1990-1994 e 1998-99, respectivamente)<br />

(Fernandes et al., 1996, Rosa et al., 2001). A população residente no país foi estimada<br />

em 38 a 49 casais em 1990-1994 (Fernandes et al., 1995) e em 1998 a estimativa foi<br />

de 64 a 69 casais (Rosa et al., 2001). Houve ainda um incremento pouco relevante<br />

que se deveu à colonização de locais onde a espécie não nidificava pelo menos há 10<br />

anos (Rosa et al., 2001). A população invernante foi estimada em 135 indivíduos em<br />

Janeiro durante o censo de 1990-94 (Fernandes et al., 1996) e em 347 indivíduos no<br />

mesmo período do ano de 1999 (Rosa et al., 2001) (ICN, 2006a). No estuário do Tejo<br />

a espécie nidifica sobretudo nos caniçais dos mouchões. A população nidificante foi<br />

102<br />

ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)

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