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eprodutora, é importante salientar o papel das valas durante o período de postura,<br />
eclosão e alimentação das crias, e a relevância dos arrozais como principal habitat de<br />
alimentação dos Juvenis emancipados e dos adultos (Coelho, 1997).<br />
População: Nos últimos anos, as populações de garça-vermelha têm vindo a sofrer<br />
um declínio acentuado, em grande parte devido à degradação e destruição de zonas<br />
húmidas, fundamentais à nidificação e alimentação da espécie (Kayser in Tucker e<br />
Heath, 1994). Em 1989 estimou-se a população nacional em cerca 100 a 150 casais,<br />
distribuídos por 17 colónias numa faixa ao longo da costa e no interior sul do país<br />
(Dias, 1989; Rufino, 1989). Nos censos nacionais realizados a partir de 1998 indicam<br />
que a população está compreendida entre os 270 e 600 casais (Encarnação, dados<br />
não publicados). No estuário do Tejo existem três núcleos de nidificação. Um, de<br />
grandes dimensões, localizado nos caniçais do Mouchão do Lombo do Tejo (um dos<br />
mais importantes do país, registando em 1991, 38 casais (Costa et al., 1992), os<br />
outros dois, mais reduzidos, situados no Mouchão da Póvoa e nos caniçais do rio<br />
Sorraia. Em 1991 a população nidificante foi estimada em pelo menos 44 casais, valor<br />
que contemplava a população do Paul da Barroca d’Alva (1a 5 casais). Com base em<br />
estudos efectuados em 1996, a população foi estimada em 153 a 168 casais, estando<br />
75,1% concentrados numa colónia no Mouchão do Lombo do Tejo e 21,2% no<br />
Mouchão do Lombo do Tejo (foram ainda registados 1-3 casais no rio Sorraia, 2 casais<br />
no Açude de Vale de Frades e 1-3 casais no açude do Buraco (Herdade da Barroca<br />
d’Alva) (Coelho, 1997). Nos últimos anos a tendência de incremento que se vinha a<br />
verificar em termos nacionais alterou-se em alguns locais, tendo-se verificado um<br />
acentuado decréscimo nas colónias mais importantes, nomeadamente no estuário do<br />
Tejo. Assim, em 1999 foram recenseados 294-299 casais, passando para 52-59<br />
casais em 2001 (Coelho, com. pess).<br />
Factores de ameaça: Destacam-se a drenagem e a destruição de caniçais para<br />
aproveitamento agrícola e pecuário e a má gestão dos recursos hídricos. Com efeito,<br />
tratando-se de uma aves extremamente sensível a alterações do nível da água, pode<br />
ser negativamente afectada por intervenções hidráulicas associadas a alterações dos<br />
níveis de água, com origem na gestão de açudes e barragens. Também alterações do<br />
uso do solo nas áreas circundantes às colónias que são utilizadas como locais de<br />
alimentação, nomeadamente o abandono da cultura de arroz ou conversão para<br />
cultura de sequeiro ameaçam a conservação desta espécie. O corte e queima dos<br />
caniçais também prejudicam esta espécie, dado que o caniço é utilizado para a<br />
construção e é também no seu interior que a ave se alimenta. É uma espécie<br />
extremamente sensível a qualquer tipo de perturbação nas áreas de nidificação, sendo<br />
negativamente afectada pelas acções associadas ao turismo, caça e pesca. Sofre<br />
ainda os efeitos da caça ilegal, sobretudo na ria de Aveiro. Dada a sua grande<br />
dependência do meio aquático, é muito afectada pela poluição da água, por efluentes<br />
domésticos, industriais e agrícolas e ainda pela utilização de adubos, pesticidas e<br />
herbicidas nas zonas de alimentação (ICN, 2006).<br />
Medidas de Conservação: A conservação desta espécie requer a manutenção e<br />
incremento das áreas de habitat de suporte potencial para a nidificação da espécie,<br />
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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)