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Restolho de arrozal – devido ao alagamento necessário para cultivar o arroz, a<br />
principal característica deste biótopo é o encharcamento do solo, onde permaneciam<br />
os restos dos caules não colhidos daquela planta (Tomé, 1994). Neste biótopo, a<br />
maior abundância de avifauna registou-se em Janeiro (16,24 aves/ha), após o qual<br />
ocorreu um grande declínio até Abril (2,92 aves/ha). Durante este mês procede-se à<br />
sementeira do arroz, altura em que o solo é lavrado, semeado e alagado. A partir<br />
daqui verifica-se uma recuperação das densidades de aves, atingindo as 10,58<br />
aves/ha em Maio. A riqueza específica foi maior em Janeiro e Fevereiro (24 e 28<br />
espécies, respectivamente), diminuindo até Abril (10 espécies) e recuperando até Maio<br />
e Junho (22 e 15 espécies, respectivamente). Ocorrem como residentes 9 espécies, a<br />
garça-branca-pequena, o carraceiro, a garça-real, a cegonha, o maçarico-de-bicodireito,<br />
a fuinha-dos-juncos, o cartaxo, o pardal e o bico-de-lacre. Como invernantes<br />
ocorrem apenas 12 espécies, o abibe, a narceja, a laverca, a petinha-dos-prados, a<br />
petinha-ribeirinha, a petinha-maritima, o rouxinol-bravo, a felosinha, o tentilhão, o<br />
verdilhão, o trigueirão e a escrevedeira-dos-caniços. Como estivais surgem 4<br />
espécies, o pato-real, a andorinha-das-barreiras, a andorinha-das-chaminés e a<br />
andorinha-dos-beirais. Após o alagamento dos campos de arroz, ocorrem ainda várias<br />
espécies de limícolas, o borrelho-grande-de-coleira, o borrelho-de-coleirainterrompida,<br />
a rola-do-mar, a tarambola-cinzenta, o pilrito-comum, a seixoeira, o<br />
maçarico-das-rochas, o combatente e o pernilongo (Leitão, 1993).<br />
Valas – São os canais de escoamento da lezíria, correspondem a zonas<br />
permanentemente alagadas, onde podem existir manchas densas de vegetação<br />
aquática. Esta vegetação é frequentemente destruída pelo gado das pastagens<br />
adjacentes, ou por acções de limpeza dos canais. Neste biótopo, as densidades de<br />
avifauna foram maiores no início do Inverno (43,71 aves/ha em Novembro e 35,53<br />
aves/ha em Dezembro), diminuindo em seguida e mantendo-se abaixo das 20<br />
aves/ha, durante a Primavera. O número de espécies foi maior no Inverno (14<br />
espécies em Dezembro e 15 em Fevereiro) e menor na Primavera (abaixo das 10<br />
espécies). Quanto às espécies que ocorrem neste biótopo, pode-se realçar a grande<br />
abundância dos não passeriformes, sobretudo ligados ao meio aquático. Assim como<br />
residente ocorre, a galinha-d’água, como invernantes, garça-real, a garça-brancapequena<br />
e o guarda-rios, como estivais ocorrem a garça-vermelha e o pato-real.<br />
Relativamente aos passeriformes, ocorrem como residentes o fuinha-dos-juncos e o<br />
cartaxo, como invernantes, a petinha-dos-prados, a petinha-ribeirinha, a petinhamaritima,<br />
a alvéola-branca, o rouxinol-bravo, a felosinha e o pisco-de-peito-azul, e<br />
como estivais a andorinha-das-chaminés e a alvéola-amarela (Leitão, 1993).<br />
Pastagens Primaveris – durante o Outono, o Inverno e parte da Primavera, as<br />
pastagens permanecem sem gado, assistindo-se ao crescimento de uma grande<br />
variedade de gramíneas (Avena sterilis L., Vulpia geniculata (L.) Link, Lolium perenne<br />
L., Gaudinia fragilis (L.) P. Beaur., Bromus diandrus Roth e Hordeum marinum<br />
Hudson). Em Maio ou Junho, as pastagens encontram-se bem desenvolvidas,<br />
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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)