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Habitat: No Inverno procura normalmente praias, salinas ou pequenas ilhas de areia.<br />
Gosta de superfícies macias de areia e zonas lodosas, tolera praias com cascalho e<br />
evita terrenos rochosos e costas expostas ao vento. Depende de áreas protegidas<br />
como reservas naturais e de salinas, que lhes providencia alimento e ausência de<br />
grandes perturbações. O alimento é obtido em águas pouco profundas, na vasa ou em<br />
terreno aberto. Embora essencialmente costeiro em grande parte da área de<br />
nidificação, encontrando-se em zonas arenosas e em lagoas costeiras, ocorre também<br />
em zonas interiores muito diferenciadas de região para região, desde zonas húmidas<br />
artificiais, a salinas, estuários e arrozais (ICN, 2006a). No estuário do Tejo a espécie<br />
tem preferência pelas zonas entre marés, salinas e arrozais (Leitão et al., 1998). O<br />
borrelho-de-coleira-interrompida ocorre no estuário ao longo de todo o ano em<br />
densidades que raramente excederam as 2 aves/ha. A espécie é observada em<br />
actividade alimentar na parte central/superior e ainda na zona do Samouco. Nestas<br />
zonas ocorre em maiores densidades em áreas longe da linha de maré e com<br />
substrato de vasa arenosa (Moreira, 1995). C. alexandrinus é um predador visual que<br />
na zona vasosa se alimenta mais intensamente durante o dia (apresentando intake<br />
energético superior durante esse período) embora seja mais abundante nas áreas de<br />
alimentação durante a noite. Durante a noite alimenta-se preferencialmente de<br />
Hydrobia ulvae, seguido de Hediste diversicolor e dos sifões de Scrobicularia plana, de<br />
dia alimenta-se principalmente de Hediste diversicolor (Silva, 2005).<br />
População: A tendência populacional é de declínio, quer ao nível global quer em<br />
Portugal (Wetlands International 2002). Os efectivos populacionais invernantes têm<br />
flutuado entre os 2.500 e os 4.000 indivíduos, sendo as estimativas para o efectivo<br />
nidificante situadas entre 1.200 e 3.000 casais (ICN, 2006a). No estuário do Tejo a<br />
população média invernante no período de 1975/1978 foi de 123 aves, apresentando<br />
um máximo de 212 aves em 1978 (Rufino, 1978). No Inverno de 1989 foram<br />
recenseadas 423 aves (Rufino, 1989) e em 1991, foram recenseadas 245 aves<br />
(Rufino, 1991). A população média invernante no estuário do Tejo no período de 1992-<br />
1996 foi de 318 indivíduos, com um máximo de 548 aves atingido em Janeiro de 1995.<br />
Nos Invernos de 1999/00 e 2000/01 foram recenseados 153 indivíduos, em 2004<br />
foram registados 159 aves (Encarnação, dados não publicados) e em Dezembro de<br />
2005 390 aves nas salinas do Samouco (Rocha, dados não publicados). A população<br />
nidificante foi estimada em 98 casais em 1983. Nos meses em que a espécie é muito<br />
abundante, o número de aves desta espécie pode ascender aos 1700 indivíduos como<br />
sucedeu em Setembro de 1993 (Leitão et al., 1998). Na margem Norte do estuário<br />
entre 19989/1999, a espécie apresentou densidades reduzidas na ordem de 0,025<br />
aves/ha, tendo sido observadas um máximo de 11 aves (Rosa, 1999). Nas salinas do<br />
Samouco entre 2004/05 o número máximo de borrelho-de-coleira-interrompida foi de<br />
667 aves registado durante Agosto de 2005. As salinas do Samouco parecem ser um<br />
local importante para a nidificação da espécie no estuário do Tejo, o número médio de<br />
posturas entre 1996 e 2005 foi de 257,6 ocorrendo um máximo de 467 ninhos em<br />
1997 e um mínimo de 80 ninhos em 1999 (Rocha, dados não publicados). Durante o<br />
período reprodutor de 2005 foi estimada uma população nidificante de 31 casais<br />
ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 147