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pescadores e mariscadores do Algarve em particular, para a importância desta<br />
população (ICN, 2005).<br />
Garajau-comum, Sterna sandvicensis<br />
Fenologia: Em Portugal a espécie é invernante. No estuário do Tejo ocorre como<br />
migrador de passagem comum e invernante pouco comum (Leitão et al., 1998).<br />
Estatuto de Protecção: Em Portugal a espécie tem o estatuto de Quase Ameaçado.<br />
A nível internacional é considerada uma espécie Depauperada pela BirdLife<br />
International (2004) e Pouco Preocupante pela IUCN (2001). Está incluída nos anexos<br />
das convenções de Berna (Anexo II), de Bona (Anexo II) e das Directivas<br />
Aves/Habitats (Anexo A-I) (ICN, 2005).<br />
Distribuição e movimentos: Apresenta uma distribuição muito alargada. A área de<br />
nidificação compreende zonas costeiras da América do Norte e do Sul, Caraíbas e<br />
Eurásia. A subespécie nominal Sterna sandvicensis sandvicensis nidifica em zonas<br />
costeiras da Europa Ocidental (França, Bélgica, Holanda, Dinamarca e Grã-bretanha),<br />
mar Báltico, mar Negro, mar Cáspio, mar de Azov e Mediterrâneo Ocidental<br />
(Hagemeijer e Blair 1997). As populações da Europa Ocidental invernam sobretudo<br />
entre a Mauritânia e a África do sul. As populações dos mares Negro, Cáspio e de<br />
Azov invernam sobretudo no mar Negro e Mediterrâneo Oriental (Hagemeijer e Blair<br />
1997). Em Portugal os indivíduos invernantes distribuem-se ao longo da costa<br />
continental, ocorrendo sobretudo na ria de Aveiro, estuários do Tejo e Sado, ria de<br />
alvor e ria Formosa (ICN, 2005).<br />
Habitat: Inverna ao longo da orla costeira, nomeadamente em estuários e zonas<br />
húmidas (ICN, 2005). No estuário do Tejo a espécie ocorre em águas livres e salinas<br />
(Leitão et al., 1998).<br />
População: A população ocidental desta espécie, invernante na costa da península<br />
Ibérica, apresenta-se em aumento (Wetlands International, 2002). Não existem<br />
estimativas concretas da população invernante. As observações de vários ornitólogos<br />
nas diferentes zonas húmidas costeiras sugerem uma população de cerca de 1000<br />
indivíduos, não existindo evidências que apresente declínio continuado. No, entanto<br />
desconhece-se se esta população sofre flutuações acentuadas, como acontece<br />
noutras espécies desta família. Durante o período de passagem pós-nupcial, chegam<br />
a observar-se concentrações de mais de 1000 indivíduos em zonas húmidas do litoral<br />
(Farinha e Costa, 1999). Ocorre em todo o estuário do Tejo, sendo menos abundante<br />
nas zonas a montante de Alcochete. Durante a migração pós-nupcial podem observarse<br />
grandes dormitórios desta espécie nas salinas e praias fluviais. No complexo de<br />
salinas do Samouco, foram observados concentrações de 1000 e 700, em Agosto de<br />
1990 e Julho de 1992, respectivamente. A 20 de Agosto de 1993 foram observados<br />
entre 1000 a 1500 indivíduos a pescar na parte mais larga do estuário, entre Lisboa e<br />
a Base Aérea nº6 do Montijo. O máximo observado nas salinas de Vasa Sacos foi de<br />
200 indivíduos em Julho de 1992. Durante os restantes meses do ano não são<br />
geralmente observados mais de 20 indivíduos nas salinas do Samouco, nem mais de<br />
50 entre o Montijo e Lisboa (Leitão et al., 1998). Nos Invernos de 2004/05 e 2005/06<br />
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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)