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estimada em 14 casais em 1990 e em 20 casais em 1991. Ocorrendo em dois núcleos:<br />
um na parte norte do estuário compreendendo 86-90% dos casais e outro com dois<br />
casais na zona da Base Aérea do Montijo (Costa et al., 1993). Em 1998 houve um<br />
acréscimo da população nidificante a qual foi estimada em cerca de 29-32 casais<br />
(Rosa et al., 2001). Com base em contagens realizadas nos principais dormitórios<br />
(destacando-se o Mouchão do Lombo do Tejo) em Janeiro de 1991, estimou-se o<br />
número de invernantes em 60 a 70 indivíduos (Leitão et al., 1998). Segundo Rosa et<br />
al., (2001) em Janeiro de 1989 foram registas 165 águias-sapeiras em 4 dormitórios no<br />
estuário do Tejo No ano seguinte houve um decréscimo da população nidificante na<br />
ordem dos 13,9 % (142 indivíduos), embora se tenha incluído mais um dormitório (com<br />
3 aves). Durante as contagens das aves invernantes em Portugal, foram observados<br />
no estuário do Tejo durante o mês de Janeiro 9, 10 e 7, referentes aos anos de 1993,<br />
1995 e 1996 (Costa e Rufino, 1993, 1995 e 1996). Nos Invernos de 2004/05 e 2005/06<br />
foram observadas nessas mesmas contagens 16 e 17 aves, respectivamente<br />
(Encarnação, dados não publicados).<br />
Factores de ameaça: A perda de habitat, durante o final do século XIX e o século XX,<br />
um grande número de zonas húmidas foram drenadas e convertidas em campos de<br />
cultivo e, mais recentemente, para construção de infra-estruturas de turismo e áreas<br />
urbanas, facto que se verifica ainda nos dias de hoje. As alterações do habitat. A<br />
perda ou alteração da composição da vegetação palustre emergente devido a sobre<br />
exploração ou gestão desregrada dos recursos hídricos e da vegetação e a poluição<br />
agrícola, urbana e industrial, são fortes causadores de degradação do habitat desta<br />
espécie. A escassa informação existente sobre os parâmetros reprodutores da espécie<br />
em Portugal, embora meramente indicativa, aponta para uma produtividade muito<br />
baixa, quando comparada com outros países da Europa (Rosa et al., 2001). As causas<br />
podem estar relacionadas com fraca disponibilidade alimentar, que por sua vez pode<br />
dever-se a uma degradação da qualidade do habitat. O abate ilegal é provavelmente<br />
uma causa importante de mortalidade para esta espécie. A perturbação provocada<br />
pelas actividades humanas pode ter um impacto negativo no sucesso reprodutivo ou<br />
na sobrevivência dos indivíduos, ou mesmo na sua permanência em áreas de<br />
pequenas dimensões. Durante o Inverno a perturbação causada pela actividade<br />
cinegética, por exemplo, durante a caça aos anatídeos, pode ser determinante para a<br />
não utilização de um determinado dormitório e obrigar as aves a procurar locais menos<br />
favoráveis. O saturnismo, embora não estejam documentados casos comprovados de<br />
saturnismo em Portugal, foram detectados em Espanha vários casos de indivíduos<br />
envenenados com chumbo. A poluição e aumento da utilização de agro-químicos, têm<br />
sido responsáveis pelo envenenamento de presas e serão responsáveis pela<br />
diminuição das suas populações (ICN, 2006a).<br />
Medidas de Conservação: Assegurar a manutenção do efectivo populacional de<br />
águia-sapeira. Conservar as áreas de reprodução, alimentação e dormida. Assegurar<br />
protecção legal aos sítios com habitat favorável para a águia-sapeira. Interditar o uso<br />
do chumbo na actividade cinegética em zonas húmidas. Promover a manutenção e<br />
incremento do habitat apropriado para a espécie, nomeadamente os maciços de<br />
ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 103