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cinegética que esta espécie sofre na lezíria e com o grande desenvolvimento da<br />
vegetação nas pastagens temporárias no final do Inverno (Leitão et al., 1998). Em<br />
1997 foram recenseadas 916 aves, 300 em 2001 (sobretudo na Giganta e salina do<br />
Vau) e 5 em 2004 (Encarnação, dados não publicados).<br />
Tarambola-cinzenta, Pluvialis squatarola<br />
Fenologia: Em Portugal a espécie é Invernante. No estuário do Tejo ocorre como<br />
invernante e migrador de passagem comum (Leitão et al., 1998), sendo mais<br />
abundante durante o Outono e Inverno (Andrade, 2001).<br />
Estatuto de Protecção: Em Portugal a espécie tem o estatuto de Pouco Preocupante.<br />
A nível internacional é considerada Pouco Preocupante pela IUCN (2001). Está<br />
incluída nos anexos das convenções de Berna (Anexo III) e de Bona (Anexo II) (ICN,<br />
2006).<br />
Distribuição e movimentos: Espécie marcadamente boreal, presente apenas na<br />
tundra árctica, pelo que a sua distribuição no Paleártico Ocidental como reprodutora<br />
está restrita ao extremo norte da Rússia. Inverna na Europa Ocidental, Mediterrâneo,<br />
África Ocidental, Central e do Sul (Cramp e Simmons, 1983). A sua área de<br />
distribuição no território nacional continental abrange sobretudo a faixa costeira de<br />
Norte a Sul do país, constituindo os estuários as zonas de maior concentração (ICN,<br />
2006a).<br />
Habitat: Espécie limícola predominantemente estuarina, pode, ainda, encontrar-se em<br />
salinas, lagoas costeiras, terrenos alagados e arrozais. Alimenta-se principalmente em<br />
zonas de vasa (ICN, 2006a). No estuário do Tejo ocorre na zona entre-marés, salinas<br />
e mais raramente, terrenos cultivados (Leitão et al., 1998). A tarambola-cinzenta<br />
ocorre no estuário ao longo de todo o ano (diminuindo os seus efectivos entre Junho e<br />
Agosto) em densidades geralmente abaixo das 4 aves/ha. Com excepção do Verão a<br />
espécie é observada em actividade alimentar nas zonas central e superior do estuário.<br />
Apresenta uma preferência por áreas de alimentação de vasa arenosa (principalmente<br />
no Inverno) e por áreas com canais, próximos da linha de maré, mas com longos<br />
períodos de emersão. No Verão não apresenta preferência por qualquer tipo de<br />
substrato (Moreira, 1995). A espécie é um predador visual que na zona vasosa se<br />
alimenta mais intensamente durante o dia (contudo apresenta um intake energético<br />
superior durante a noite). Durante o dia alimenta-se preferencialmente de Hydrobia<br />
ulvae e Hediste diversicolor e durante a noite inverte essa preferência (Silva, 2005). O<br />
poliqueta Hediste diversicolor representou pelo menos 83% da biomassa ingerida pela<br />
espécie, sendo as suas presas secundárias os gastrópodes Peringia ulvae e os sifões<br />
de Scrobicularia plana (Moreira, 1995). Os principais locais de refúgio de preia-mar da<br />
espécie são as salinas do Samouco, Bela vista, Vasa Sacos e Vale Frades.<br />
População: A tendência sugerida pelos censos internacionais para esta área<br />
geográfica de distribuição da espécie é de incremento. Os censos anuais de aves<br />
invernantes em Portugal indicam uma população entre 8 000 e 10 000 indivíduos<br />
(Encarnação, com pess.) (ICN, 2006). No estuário do Tejo a população média<br />
invernante no período de 1975/1978 foi de 4345 aves, apresentando um máximo de<br />
ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 149