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ETAPA 1

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Barragem<br />

A barragem do Vale Cobrão situa-se no interior da área compreendida pela<br />

Companhia das Lezírias, onde foram detectadas 22 espécies de aves. As garças<br />

foram as aves mais abundantes, a garça-branca-pequena apresentou em média 11,75<br />

contactos/5min. e a garça-real 5 contactos/5min. Foram ainda observadas outras aves<br />

aquáticas, nomeadamente, o pato-real e o guarda-rios, mas também limícolas como o<br />

maçarico-das-rochas e o borrelho-pequeno-de-coleira (3,5 contactos/5min.). Esta<br />

última espécie deve utilizar as margens arenosas da barragem para nidificar. As<br />

espécies das famílias Sylviidae e Paridae foram detectadas na zona ripícola anterior<br />

ao muro da barragem. Destaca-se ainda na zona a ocorrência do milhafre-preto (0,75<br />

contactos/5min.) e da águia-de-asa-redonda (0,5 contactos/5min.), espécies que<br />

podem nidificar na zona de pinhal contígua à barragem.<br />

Lezírias<br />

As lezírias do Tejo correspondem aos terrenos agrícolas situados entre a linha<br />

superior de preia-mar e as áreas florestais. Toda esta área, situada a uma cota muito<br />

baixa (menos de 5 m acima do nível do mar), está protegida da acção das marés por<br />

um sistema de diques e comportas que, juntamente com uma vasta rede de canais de<br />

escoamento, drenam o excesso de água durante os períodos mais chuvosos do ano.<br />

A agricultura que aqui se pratica assenta essencialmente na criação de gado bovino e<br />

os cultivos de sequeiro. Existem grandes extensões de pastagens e de cultivos<br />

forrageiros, cereais de Inverno (trigo e aveia) e girassol. O regadio tem aumentado nos<br />

últimos anos e serve principalmente o cultivo de milho, arroz e melão. A cultura do<br />

arroz, em particular, tem sofrido um incremento assinalável, ocupando hoje uma área<br />

significativa. A vegetação espontânea destes terrenos está limitada aos canais de<br />

escoamento, às pastagens, às orlas, aos restolhos e às fases iniciais dos cultivos. São<br />

essencialmente espécies herbáceas, destacando-se pela sua grande abundância as<br />

gramíneas, as leguminosas, entre outras. Existe apenas uma espécie arbustiva e<br />

perene (Suaeda vera), que ocorre sob a forma de pequenos arbustos nas zonas mais<br />

próximas dos taludes e dos canais de escoamento, nos quais são observadas<br />

algumas espécie típicas de habitats alagados, como o caniço, o escarlacho Cynodon<br />

dactyleon, os juncos Juncus effusus e Scirpus maritimus, etc. As espécies arbóreas<br />

são representadas pelas tamargueiras Tamarix africana ao longo dos diques, o<br />

pinheiro-manso Pinus pinea e a oliveira Olea europea nas zonas arenosas a sul do rio<br />

Sorraia e várias linhas de eucaliptos Eucaliptus sp. e choupos Populus alba existentes<br />

junto à EN10 (Leitão et al., 1998).<br />

As lezírias tal como a maioria dos habitats agrícolas são muito sazonais no que diz<br />

respeito à estrutura do coberto vegetal e à abundância de alimento para as aves. Esta<br />

situação deve-se principalmente à forte actividade humana que ali se desenvolve, mas<br />

também às condicionantes climáticas da região. As práticas agrícolas podem causar<br />

alterações tão bruscas e adversas como a destruição do coberto vegetal em plena<br />

época de nidificação ou alterações tão favoráveis como a disponibilidade de alimento<br />

ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 53

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