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intensa actividade humana, ou florestas densas, pântanos com vegetação densa,<br />
extensas áreas de planície e zonas agrícolas, e áreas abertas e extensas de água.<br />
Requer extensos campos abertos para caçar, incluindo biótopos estepárias, zonas<br />
húmidas e arribas costeiras. Caça também nas proximidades de encostas escarpadas<br />
e falésias aproveitando a surpresa e o desnível para alcançar as suas presas em voo.<br />
No Inverno o falcão-peregrino está associado a zonas abertas com abundância de<br />
presas, o que no Baixo Alentejo corresponde geralmente às proximidades de zonas<br />
húmidas (estuários, vales de rios e barragens) (Cramp e Simmons, 1980; Santos<br />
1998) (ICN, 2006a). Ocorre no estuário do Tejo em lezírias, salinas e sapais (Leitão et<br />
al., 1998).<br />
População: Apesar da escassa informação quantitativa anterior ao primeiro censo<br />
nacional da espécie realizado em 2001 e 2002 é provável que nos últimos 10 anos a<br />
população nacional tenha apresentado alguma estabilidade ou aumento,<br />
nomeadamente terá ocorrido a reinstalação de alguns casais. Esta tendência é similar<br />
à detectada em outros países europeus, entre os quais Espanha (Gainzarain et al.,<br />
2003). Estima-se que a população actual esteja compreendida entre 75 e 110 casais.<br />
De acordo com Costa et al., (2003), as IBA’s nacionais (excluindo a da Costa<br />
Sudoeste, para a qual não são dados valores), totalizam 45-71 casais. No Parque<br />
Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina foram identificados 21-23<br />
casais/territórios no (Alcazar et al., 2003). Dados recentes apontam ainda para um<br />
mínimo adicional de 12-18 territórios no litoral rochoso entre Lagos e Portimão, entre a<br />
serra da Arrábida e o Cabo Mondego e para mais alguns locais do país onde a<br />
espécie tem sido observada (ICN, em prep.) (ICN, 2006a).<br />
Factores de ameaça: O aumento da utilização de agro-químicos intervém<br />
indirectamente nas populações do falcão-peregrino. Sendo ornitófago e situando-se no<br />
topo da cadeia trófica, acumula no seu organismo os produtos tóxicos que consome<br />
através das suas presas. A perseguição humana através do abate a tiro e utilização de<br />
iscos envenenados, motivada por conflitos associados ao seu comportamento<br />
predatório, constitui um importante factor de mortalidade desta espécie; A pilhagem de<br />
ninhos e o roubo de juvenis, para a falcoaria, continuam a ser factores importantes que<br />
intervêm na diminuição da produtividade das colónias; A perturbação humana em<br />
zonas de nidificação e durante os períodos mais sensíveis, provocada por actividades<br />
de turismo e lazer, actividades cinegéticas, conduz ao abandono de territórios e<br />
abaixamento da produtividade da população; O abandono e alteração de diversas<br />
práticas agro-pecuárias tradicionais, caso da cerealicultura, pastoreio extensivo,<br />
pombais tradicionais conduzem a uma diminuição das populações de presas; A<br />
colisão e electrocussão em linhas aéreas de distribuição e transporte de energia; A<br />
degradação dos habitats de nidificação e/ou alimentação devido à construção de infraestruturas<br />
(barragens, parques eólicos, estradas), instalação de regadios, produção<br />
florestal, actividade de extracção de inertes; As doenças dos pombos (por exemplo, a<br />
Candidíase Tricomoníase, etc.). Como outras aves ornitófagas, este falcão pode ser<br />
afectado por morbilidade e mortalidade causadas pelas doenças daquelas aves. A<br />
instalação de parques eólicos nas proximidades dos locais de nidificação da espécie<br />
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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)